Gostei de ler este post que publiquei há 3 anos na Enciclopédia Ilustrada, quando a Polaroid festejava 70 anos, e por isso partilho aqui:
Uns meses depois de ter vindo morar para a Alemanha, fui viver em casa
de amigos que tinham uma recém-nascida e um filho de 3 anos. A mãe era
colega do Joachim na universidade, e o meu trabalho era tomar conta dos
pequenitos enquanto ela ia às aulas. Numa dessas manhãs, enquanto a bebé
dormia, fiz com o rapazinho uma Polaroid de Lego. A objectiva com uma
janela, o compartimento para o rolo
(melhor dizendo: para os quadradinhos de papel cuidadosamente arrumados)
protegido por um portão de plástico, bendito Lego que tudo permite.
Ficou uma Polaroid muito catita.
Passámos a manhã a tirar fotografias.
Ele escolhia o motivo, fazia a fotografia, tirava da máquina um dos
quadradinhos de papel, e desenhava a cena que tinha fotografado. Depois
eu fazia o mesmo - porque só tínhamos uma Polaroid, tínhamos de a usar à
vez.
À noite, quando o Joachim chegou para jantar connosco, a mãe
do miúdo mostrou-lhe a nossa máquina fotográfica e a exposição de
fotografias (uma bela colecção) e disse:
- Joachim, tens de casar com esta mulher!
Seu dito, meu feito. E já lá vão quase 25 anos. Mas nunca mais fiz nenhuma Polaroid. Coitado do Joachim, casou ao engano.
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E para terem um post como deve ser sobre este tema, roubo o trabalho de uma colega:
" #POLAROID, para mim, tem um nome: ANDREI TARKOVSKY.
Sublime."
3 comentários:
Que maravilha, ele não casou enganado ;)
Fez-me sorrir.
Obrigada, Catarina. :)
Obrigada, jj. amarante. Até a mim faz sorrir: às vezes a minha vida parece um filme. :)
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