26 setembro 2019

"café"

Por terem falado do Majestic, no Porto, é que me lembrei da tragédia dessa casa: só têm #café de saco. Cimbálino que é bom, bai no Batalha (que por sinal fica uns blocos mais à frente).

O pessoal de Lisboa ri-se muito do cimbálino do Porto. Como se a bica deles (será vica? raixparta o acordo ortográfico: se havia de acabar com a distinção entre os vv e os bb, foi meter-se com as nossas ricas consoantes mudas!) tivesse origem mais nobre.

Cimbálino, derivado do nome da máquina que o Majestic escolheu não ter (devem ter muitos amigos, devem, mas hão-de ser todos turistas).

Mudando ligeiramente de foco (e delirando um bom bocado, previno já): antes da globalização dos sabores, bastava o sabor do café para sabermos em que país estávamos. Se o café soubesse a água de lavar a chávena do expresso, era alemão. Se soubesse a água de lavar a chávena do expresso com açúcar, era das pampas dos EUA. Mas depois apareceram as La Cimbali, apareceu o Starbucks, as pessoas puderam tornar-se mais exigentes, e ir por aquelas ousadias do "duplo curto com chávena escaldada se faz favor". Sim, sim, vai pedir isso no Majestic, e já vês o que te respondem.

Cujo Majestic é capaz de voltar a ter ainda mais sucesso justamento por causa do seu café de saco. Sabem aquela coisa do relógio parado que está certo duas vezes por dia? Pois é: anda por aí um movimento revivalista que afirma a pés juntos que o melhor café é o mais simples.

E mais não digo. Desculpem qualquer coisinha, mas é que hoje ainda só bebi uma chávena de palavra mágica.

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