15 maio 2019

ajudar a levar o fardo

Trago esta fotografia e o respectivo texto da página de facebook do Humans of New York. Junto dois apontamentos:

Assim sem pensar muito, suspeito que é a primeira vez que leio um elogio sincero aos ciganos.

E também: não esquecer nunca que a sociedade tem obrigação de aliviar o fardo das famílias onde há pessoas com necessidades especiais. Estes pais - e todos os que estão em situação semelhante - não podem ser deixados sozinhos. O tão apregoado respeito pela vida tem de traduzir-se, antes de mais, em apoios institucionais, concretos e permanentes por parte de uma sociedade solidária.
(Estou a pensar em amigos meus, na Alemanha, cujo filho nasceu com síndrome de Ondine, o que significa que podia morrer sempre que adormecesse. O seguro de saúde assegurava dois turnos de vigilância doméstica - 8 horas durante o dia, 8 horas nocturnas. Eles falaram-me de uma italiana que tinha de cuidar sozinha do filho, era acordada várias vezes por noite, todas as noites, sempre que o alarme avisava que o miúdo tinha parado de respirar, e do marido dela e pai da criança, que não aguentou a tensão e resolveu divorciar-se.)


“My husband and I are artists, so we can’t afford the luxury of babysitters and caretakers. And nobody’s inviting him to sleepovers. I don’t complain about it. But you know, a break would be nice. I could always ask a friend for help, I guess. But sometimes you don’t even have the strength to verbalize what you need. One night I was alone in the hospital during one of his surgeries. I was extremely stressed. My husband had gone home to watch our other kids. There was a gypsy family in the waiting room. Nineteen of them. And even more in the cafeteria. All of them were waiting to see what happened to a sick child. They were taking up space. They were talking loudly. Occasionally one of them would make a joke and everyone would laugh. The hospital staff seemed very annoyed. But I remember feeling so envious. I’d give anything to have a tribe.”

(Barcelona, Spain)


3 comentários:

Susana Rodrigues disse...

Gosto tanto deste blogue, Helena.
Obrigada.

Lucy disse...

se houvesse mais Jean Vanier

Helena Araújo disse...

Susana Rodrigues, sim, o HONY é um dos lugares mais especiais da internet.

Lucy, em não havendo ele, temos de ser nós a chegar à frente. :)
De facto, penso que os Estados têm de dar este apoio às famílias.