01 janeiro 2019

entre tanto

 

O meu corpo já chegou a Berlim, o resto de mim chegará a pouco e pouco. Talvez fosse boa ideia recomeçar a usar comboios com carruagens cama para estas viagens: para me dar tempo de ir inteira de um lugar ao outro.
O Minho esteve o melhor possível para as menos de 60 horas que lá passei. A aldeia onde herdei uma quintinha, perto da aldeia da avó com quem passei os melhores dias da infância, vai-se tornando a pouco e pouco parte de mim (ou eu dela).
Mas a casa – desta vez sem flores para me receber, sem os cuidados amorosos da amiga que a costuma arranjar antes de chegarmos – apareceu-me como uma ruína mais ou menos bem conservada.
E a casa de Berlim pareceu-me demasiado cheia de coisas: os quadros que o Joachim trouxe da última exposição ainda na zona da entrada, as pilhas de livros e vinil por todos os lados, até a exuberância do hibisco na sala. Talvez devesse aproveitar este mood para destralhar um bom bocado. 😊
(Não se preocupem, porque sou muito como a minha amiga alentejana ao dizer com um sorriso maroto "estou cheia de vontade de fazer coisas - vou-me sentar num canto à espera que passe")

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