11 dezembro 2018

ainda faço aqui uma filial da ONU


Diz-me o airbnb que desde 2015 já recebi em minha casa 567 pessoas, provenientes de 36 países diferentes. E parece que a maior parte deles gostou muito, de tal modo que já nem sei há quantos trimestres seguidos continuo a manter o selo de superhost.

E diz-me este mapa que já cá tive alguns japoneses.
Japoneses?! Não me lembro nada. Será que vieram disfarçados de americanos? É que também não me lembro nada de ter tido tantos americanos.

Não desfazendo, o que eu gostava era de ter quase só mães de família do sul da Alemanha. Deixam tudo impecável, até puxam o lustro às torneiras da casa de banho e tudo. Uma delas deu uma volta ao armário da cozinha - e ficou tudo tão bem arrumado que adoptei o método dela. Tenho andado a pensar convidá-la para ficar gratuitamente um mês inteiro, para arrumar os restantes armários da casa.

Também não me importava de ter mais daqueles - ai! esqueci de que país! talvez fosse a Malásia, talvez fosse o Paquistão - dois homens jovens que não me deixaram limpar o quarto nem mudar a roupa da cama. Disseram que estava tudo impecável. Só depois de insistir consegui mudar as fronhas de almofada. Penso que já falei deles aqui, mas repito-me porque continuo muito impressionada com aquele exemplo.

É óbvio que mudo sempre as roupas de cama antes da chegada de novos hóspedes, embora às vezes, quando estou a fazer todas aquelas máquinas de roupa, me pergunte o que os nossos tiques de primeiro mundo andam a fazer ao meio ambiente. Mas depois lembro-me do risco da sarna, da boa educação, da ASAE e coisas assim, e decido poupar o meio ambiente de outras maneiras.

Trinta e seis países, dizem-me. Já devia ter aqui muita matéria para firmar conceitos e preconceitos, mas não: não me tem sido possível fazer uma estatística sobre hábitos, vantagens e desvantagens dos nacionais de cada país. Nestes três anos só me têm acontecido pessoas, em vez de nacionais.


3 comentários:

Paulo Topa disse...

Nestes três anos só me têm acontecido pessoas, em vez de nacionais.

Adorei a frase.

Abraham Chevrolet disse...

Sinceros parabéns! Quem tanta gente abriga não pode ser má pessoa!

Helena Araújo disse...

Obrigada, Paulo. :)

Manuel, "quem tanta gente abriga" se calhar está a praticar preços muito baixos para o mercado... ;)