24 outubro 2018
Bolsonaro é diferente de Hitler - um exemplo prático
Hitler foi nomeado chanceler a 30 de Janeiro de 1933. Alguns dias depois, a 26 de Fevereiro, o Reichstag estava a arder. Hitler aproveitou-se do facto para espalhar a ideia de que a Alemanha estava a ser atacada pelos comunistas, e decretou o estado de emergência. Nessa mesma noite Göring mandou prender os deputados federais e regionais dos partidos de esquerda. Nas eleições seguintes, a 5 de Março de 1933, a oposição estava bastante dizimada, mas conseguiu ainda eleger um número importante de deputados. A 9 de Março o Partido Comunista Alemão foi declarado ilegal, e os seus representantes foram feitos prisioneiros. Com os deputados da oposição na prisão, Hitler conseguiu facilmente fazer passar a lei que lhe permitia governar sem necessitar da aprovação do parlamento.
O que se seguiu é do conhecimento público (embora alguns insistam em não reparar nos 60 ou talvez até 80 milhões de mortos, na tentativa de aniquilar o povo judeu e os povos ciganos, nas cidades destruídas, os milhões de pessoas em fuga, em suma: na hecatombe que se abateu sobre vários continentes - e prefiram elogiar as auto-estradas, as casas e os carros para todos, o apoio às mães e às famílias, e, claro, o esforço de lutar contra o perigo vermelho que crescia e se afirmava na sociedade alemã).
Há diferenças entre o que aconteceu na Alemanha em Fevereiro de 1933 e o que está a acontecer no Brasil hoje?
Há. Esta, por exemplo: nem é preciso haver um "incêndio do Reichstag" para Bolsonaro ameaçar meter na cadeia "todos esses vermelhos". Nem sequer se dá ao trabalho de um mínimo de legalidade democrática para levar a cabo a sua agenda totalitária.
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1 comentário:
Foi bem pior, foi o incêndio do Palácio de S. Cristóvão
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