(fonte: Märkische Allgemeine)
Na Enciclopédia Ilustrada, ontem:
O problema dos populistas de extrema direita da AfD é que apelam aos nossos mais baixos #instintos.
Como o Gauland, que vemos na imagem desta notícia. O Gauland é um dos chefes do partido Alternativa para a Alemanha. Diz coisas como "Hitler e os nazis são apenas uma cagadela de pássaro num milénio de êxitos da História alemã" (testando as reacções à quebra do tabu, relativizando o Holocausto e o horror da II GM, e esquecendo que há muito mais na História alemã que não é assim tão glorioso) ou, sobre os refugiados, "Temos de fechar as fronteiras, e ser capazes de suportar as terríveis imagens. Não nos podemos deixar chantagear por olhos de crianças."
Diz isto, e muito mais. De cada vez que o vejo a discursar no Parlamento alemão, até me arrepio. É assustador ouvir de novo naquele lugar o ódio, o egoísmo nacional, o cálculo político totalmente desprovido de carácter, a boçalidade do pensamento.
De modo que ao ver esta imagem e ao ler o título "desconhecido roubou a roupa de Gauland enquanto este nadava" não consegui impedir uma grande gargalhada. Lá está: baixos instintos.
Não é assim que se faz combate político, não é assim que se defende a Democracia.
Mas eu ri-me. E ri-me ainda mais com o título do New York Times: "A Far-Right Leader Went for a Swim in Germany. His Clothes Went for a Walk."
A ver se a palavra de amanhã é "juízo" - a ver se me recomponho.
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A notícia em alemão: Märkische Allgemeine.
A notícia em inglês: New York Times.
(Um pequeno detalhe ligado à tradução, no NYT: na frase sobre Aydan Özoguz, ele não disse "deportar para a Anatólia", disse algo como "descartar para a Anatólia" - a palavra para dizer "livrar-se de lixo ou algo imprestável". Uma táctica dos nazis: falar de certas pessoas como se não fossem seres humanos. E não estou a dizer que o Gauland é nazi, mas que referir-se às pessoas de certos grupos como se não fossem seres humanos foi uma táctica dos nazis que ajudou a preparar o terreno no qual o Holocausto foi possível.)
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