Ontem, a palavra da Enciclopédia Ilustrada era "Noruega". Escrevi isto:
E a famosa indústria de curtumes da #Noruega? Ninguém fala da famosa indústria de curtumes da Noruega?
Era uma gracinha recorrente nos diários do Adrian Mole: aos 13 anos,
ele fez um trabalho sobre a indústria de curtumes da Noruega que foi
louvado pela professora. Desde então, sempre que queria impressionar
alguém, falava-lhe da indústria de curtumes da Noruega, e achava os
outros ignorantes e gente esquisita, por não se interessarem por um tema
tão apelativo.
Uma pessoa ri-se. Mas depois fica a pensar no
poder de um professor moldar a vida de um aluno. Como aquele que - o
caso andou pelas redes sociais há algumas semanas - deu zero ao
pequenito que, ao receber o enunciado "escreve com algarismos os números
seguintes", escreveu 11 para dez, 12 para onze, e por aí fora. Que
consequências pode ter para aquele pequenino tão inteligente receber o
seu trabalho cortado a vermelho?
O que nos lembra logo o Einstein, também muito incompreendido pelos professores.
É isto: começo a escrever, e não consigo parar.
A culpa é da professora de português do primeiro ano do ciclo que me
andava a dar más notas às redacções, até que a minha mãe foi falar com
ela, e um dia recebi um bom com distinção a uma redacção que nunca
mais acabava sobre eu levar a vaca da minha avó a pastar, e enquanto o
raio do bicho pastava interminavelmente eu punha-me a olhar para aqueles
campos minhotos em terraços e a imaginar histórias de princesas e
príncipes, e tal.
Deu-me um bom com distinção, e agora é isto: começo a falar do Adrian Mole, acabo no Einstein.
Tivesse a professora persistido no suficiente do costume, e eu teria
aprendido a fazer posts como deve ser: ideias bem organizadas, um tema
só, tudo muito bem sintetizado.
[ Hoje é "obesidade", mas nem às paredes confesso o que lá escrevi... ;) ]
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