É um bocadinho como aquele filme do que vivemos que diz que corre em nós na hora da morte, só que em vez de morrer fico ainda mais de bem com a vida.
16 dezembro 2014
dizem que a juventude não sei quê, mas eu, pela amostra...
Por exemplo, ontem: de manhã, encontrei um recado do Matthias pousado no teclado do meu computador:
"Olá minha querida mãe!
Por favor, podes arrancar-me violentamente da cama entre as 11 e o meio-dia? Tenho uma entrevista para um emprego na Filarmonia.
(Portanto: trata-se de bilhetes gratuitos para ti!!! ;) )"
Como se tratava de bilhetes gratuitos para mim, acordei-o às onze menos cinco. Ele disfarçou-se de rapaz-homem, de camisa preta e sapatos elegantes, e lá foi, e lá voltou com o emprego.
Perguntei-lhe se tinha dito que já tinha muita experiência em eventos culturais, e ele disse que sim, que falou logo no Cinemagosto.
"Vês como és recompensado por ajudares a tua mãe?", comentei eu. "Por isso, agora vai arrumar a cozinha."
Não foi, a ingrata criatura. Diz que tem de ir tratar de uns papéis de burocracia alemã que eu nem sei o que são, ou se já existem cá em casa.
Fez 18 anos há meia dúzia de semanas. Anda a tratar de todo o processo para ir fazer um ano de serviço voluntário na Costa Rica, arranja os seus jobs sem ajudas - e muito menos cunhas - dos pais, trata sozinho de todas as questões burocráticas, e volta e meia arruma a cozinha sem eu lhe pedir.
Enfim, é verdade que os pais não o ajudam muito, mas a irmã - que passou por tudo isto há dois anos - tem dado bons conselhos e um apoio inestimável. Olho para estes dois, e penso numa frase que ouvi há muitos anos: "é bom ter filhos pequenos, mas não há maior prazer que ter filhos adultos".
(a fotografia foi feita pela Christina durante a "Fahrradsternfahrt" - uma manifestação de ciclistas berlinenses na qual participaram os dois)
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