Entretanto, gostava que me explicassem porque é que o holandês Karst Tates (que se lançou de carro para cima de uma multidão), o alemão Andreas Lubitz (que atirou um avião cheio de pessoas contra uma montanha, em França), os norte-americanos Eric David Harris e Dylan Bennet Klebold (autores do massacre de Columbine) e o finlandês Matti Juhani Saari (que andou seis anos a preparar um ataque à sua escola), para referir apenas meia dúzia de exemplos entre milhares de outros, eram loosers, pessoas com depressão, vítimas de mobbing, e sei lá que mais, e o louco de Nice é obviamente um terrorista, só porque os pais eram da Tunísia.
11 comentários:
Deves conhecer todas essas organizações de doentes mentais que têm mesmo um plano para um Estado de Psicopatas Ocidentais e já te recrutaram.
De resto, qualquer organização até pode recrutar um macaco- resta saber é se o terrorismo organizado está disseminado entre a macacada ou no islão.
Olá Manuela, como vão os livrinhos?
Que livrinhos?
Explique outra coisa- qual é a tradição entre muçulmanos de materialismo ateu para se suicidarem em chacinas deste género, como as que descreveu e que nada têm de organização religiosa-ideológica?
Eu, no tempo das Brigadas Vermelhas e da ETA, cheguei à conclusão simplista que os terroristas o que gostam é de matar pessoas e aterrorizar directamente os que vão morrer ou indirectamente os que constatam a sua vulnerabilidade. Por vezes arranjam um alibi, talvez para ultrapassar os travões do ADN ou do que lhes ensinaram quando eram pequenos e eventualmente para facilitar a aquisição de armas e explosivos. A política ou a fé religiosa costumam ser bons candidatos para esses alibis.
Há dias encontrei uma explicação que me pareceu fazer sentido:
"At the same time, governments also see a benefit in linking the Islamic State to what are sometimes random and unconnected acts of violence. It is a way to project order amid chaos, and to try to assure jittery citizens that there is a strategy to end the violence."
(Caso a Helena ainda não o conheça, o texto completo pode pode ser lido aqui: http://www.nytimes.com/2016/07/18/world/europe/in-the-age-of-isis-whos-a-terrorist-and-whos-simply-deranged.html)
Pois é, Helena.
Na volta, descobrir-se-á um dia que o perverso norueguês, muito louro e filho de um Diplomata, que massacrou dezenas de adolescentes inocentes numa Ilha, era filho de libaneses e que o alucinado ex-marine norte-americano Timothy McVeigh, que mandou abaixo sozinho um complexo federal de vários pisos, era neto de iranianos. Só pode, não é?
Era mazé "acabar-lhes com a raça" de vez a todos. Como a este perigoso adolescente de Würzburg. Ah, esse já pagou as favas. Bate "certo"...
Olá, Conde de Oeiras,
Pois, as reacções públicas estão muito cheias dessa confusão "eles todos: maus", "nós: tudo gente boa".
Facto é que também há terroristas entre "os nossos", gente que odeia a nossa ordem social actual. O norueguês agiu com motivação terrorista, é um terrorista e está a cumprir pena por isso. Na Alemanha também se fala em terrorismo no âmbito de ataques neonazis.
O de Nice, parece-me cada vez mais que foi um caso semelhante ao do piloto da German Wings, com uma nuance: a radicalização para auto-justificação.
O refugiado afegão de Würzburg, pelo que se sabe até agora, radicalizou-se sozinho. Não são conhecidos contactos com agentes do IS na Alemanha ou fora dela. Admito que tenha sido um caso de mimetismo com Nice, à medida das suas possibilidades - um machado e uma faca.
Nestes dois casos pergunto-me como se podem combater. A polícia não tem como detectar um gajo que se está a radicalizar sozinho. O caminho terá de ser acompanhamento psicológico de pessoas que revelem desvios graves, e observação por parte das pessoas que os rodeiam. No fundo, é o mesmo que as companhias de aviação agora fazem, para se protegerem de pilotos com problemas psicológicos.
Finalmente a morte do rapaz afegão: também me pergunto porque é que tinham de atirar para matar um gajo que não tinha armas de fogo. Tenho a certeza que vão fazer um inquérito para averiguar as circunstâncias da sua morte.
Mar,
obrigada pelo link. Bom artigo!
Penso que no caso de Nice o que era difícil era resistir ao impulso de dizer que um camião que mata 80 pessoas nas festas do 14 Juillet não é um ataque terrorista.
Muito diferente foi o que se passou na Alemanha, nas últimas horas: mal se soube do ataque no comboio, os sites informativos disseram que a polícia está a averiguar os motivos e lembraram que já houve um ataque semelhante há alguns anos cometido por um alemão com problemas mentais. Por seu lado o presidente da Câmara de Würzburg diz que se recusa a fazer especulações, e que vai esperar por informações da polícia.
Pois, Helena, é um desespero. A trilogia da Educação, que era Deus, Família e Escola, agora foi substituída por Televisão, Escola e, eventualmente, Família, ou mesmo, em certos casos, por Televisão, Internet e Rua, ou Cinema, etc....
E acredito que também não seja nada fácil para a Polícia, ou melhor, para o desgraçado a que caiba em sorte lidar de súbito com um acontecimento destes, para o qual ele supostamente teria de estar bem preparado, mas que afinal tem uma probabilidade mínima de lhe poder acontecer em toda a sua carreira de Agente e, afinal...
Bem-haja quem trabalha, a sério, na prevenção destes e de outros, porventura ainda maiores, males e nunca é elogiado. Nem precisa.
Por estes dias também me sinto agradecida à polícia, aos psiquiatras e psicólogos, e também, reduzindo agora o âmbito da questão, aos voluntários que investem tantas horas a melhorar as condições de vida dos refugiados.
Há um detalhe muito interessante no caso do atacante do comboio de Würzburg: ele ia entrar no compartimento onde estava uma senhora que trabalha no centro onde ele viveu quase um ano, mas quando a viu foi para outro lado. No caso desta mulher, fazer o bem pode ter-lhe salvado a vida.
Muito interessante isso, Helena.
E se calhar é mesmo essa a única solução: só fazendo o Bem poderemos salvar vidas em risco...
Como já dizia a minha Avó: FAZ O BEM, NÃO OLHES A QUEM.
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