24 março 2016

eles e nós

1.


Destaco o último parágrafo:
Isis is killing more Muslims than any other group, yet Western news reporting, by highlighting only the West, tends to feed a "Muslims are against us" mentality. Until we understand that it's "Isis against the World", including Muslims, we will not be able to defeat a common enemy.


2.
Os três terroristas do ataque em Bruxelas eram belgas.
Por causa de Bruxelas, a Polónia fecha a porta a refugiados.
(devo ter faltado a alguma aula de Lógica...)


3.
Na Alemanha, o carro de um dirigente do partido neonazi NPD despistou-se e bateu contra uma árvore. Refugiados que por acaso iam a passar pelo local tiraram-no do carro e prestaram-lhe os primeiros socorros até chegar a ambulância. O NPD elogiou publicamente esses refugiados.
(imagino o homem a abrir os olhos depois daquele acidente, olhar para um grupo de moreninhos a falar árabe e pensar "não me digam que fui parar ao paraíso errado!") (e também: "será que tenho direito a virgens? afinal de contas, matei um cão alemão!")


2 comentários:

mar disse...

Não sei até que ponto é que atribuir ataques que foram perpetrados por outros grupos fundamentalistas islâmicos (alguns rivais do ISIS) ao ISIS não fragiliza o argumento central ao cair numa lógica de pensamento reducionista. (Mas concordo totalmente com a conclusão pretendida: é fundamentalistas islâmicos contra o mundo.)

Um artigo muito interessante sobre isto do "nós vs eles" é https://opendemocracy.net/can-europe-make-it/lucas-melga-o/other-of-others-am-i-risk-and-alterity-in-brussels-attacks.

Helena Araújo disse...

Sim, essa inexactidão é contraproducente. Mas basta trocar "ISIS" por "fundamentalismo islâmico".
Muito obrigada pelo artigo. É muito bom.