11 janeiro 2016

domingo, 10.01.2016: novos ataques em Colónia

Esta manhã o Spiegel online relata novos casos de violência em Colónia.

Ontem à noite, hordas de homens violentos atacaram pessoas inocentes e indefesas nas ruas de Colónia. A polícia relata que por volta das 18:40 cerca de vinte homens atacaram seis pessoas perto da Estação Central. Duas das vítimas foram levadas para o hospital, e já receberam alta. Cerca de vinte minutos mais tarde, cinco homens atacaram e feriram ligeiramente uma pessoa.
Não se sabe ainda se há uma ligação entre os dois ataques.

O que o Spiegel revela logo à entrada, e eu revelo agora: as vítimas são paquistaneses, no primeiro caso, e um sírio, no segundo. Parece (vem num jornal de Colónia, mas a polícia ainda não confirmou essa informação) que alguns rocker, hooligans e seguranças de discotecas combinaram por facebook ir fazer uma "caça ao homem".

Por sorte, trata-se apenas de casos isolados, e completamente alheios ao discurso xenófobo que se tem instalado cada vez mais descaradamente no espaço público... É preciso não confundir as coisas, e não esquecer nunca que quando os "nossos" fazem isso são casos isolados, mas quando são "eles" a fazer é normal, porque o contexto cultural deles é assim mesmo...

(Antes que os wannabe Ann Coulter portugueses reajam: não, não estou a dizer que o que aconteceu a 31.12 e a 10.01 são coisas de igual dimensão, significado e alcance. Estou-me simplesmente a rir de quem acha que nós aqui é tudo boa gente, e eles lá são todos culturalmente programados para serem delinquentes no nosso mundo, e nem se apercebem que esse tipo de discurso alimenta surtos de violência como os de ontem à noite.)



3 comentários:

Rita Maria disse...

A propósito dos nossos e dos outros, gostei bastante deste texto:
http://kleinerdrei.org/2016/01/mir-wird-uebel-bei-jedem-taeter/

Helena Araújo disse...

Acabei de ler, e também gostei muito. Não me digas que vou ter de traduzir também este...

Rita Maria disse...

Acho que não, depois de ler todos acho que já tens outros que cobrem estas ideias (tirando, talvez, a não pouco importante ideia de que os conservadores só defendem as mulheres de assédio quando lhes dá jeito).