(fonte: Spiegel)
O artigo começa assim:
Trata-se de uma folha de papel pequena e amarrotada, que se tornou um símbolo da crua violência sexual e da misoginia. Nele pode ler-se "quero foder", "mamas grandes" e "quero-te morta beijar". A seguir, as frases correspondentes em árabe. O papel foi encontrado ao deter Issam D., um jovem marroquino, e outro suspeito, na quinta-feira passada, perto da Estação Central de Colónia.
O canal Spiegel TV falou com esse suspeito, que vive num centro de refugiados perto de Colónia. Além do papel, os investigadores também encontraram, num telemóvel em sua posse, vídeos com cenas dos ataques às mulheres na noite da passagem de ano. Ela terá apenas 16 anos, e diz que encontrou o papel no chão. Também diz que nessa noite nem sequer estava em Colónia, e que às dez da noite já estava a dormir a sono solto. É verdade que os vídeos estavam no telemóvel que ele trazia consigo, mas o aparelho nem sequer é dele. "Eu não faço dessas coisas", diz.
A polícia já o conhece há algum tempo. A primeira vez foi em Julho de 2015, como carteirista. Outro refugiado residente nesse centro relatou que o Issam D. e os seus amigos são desagradavelmente conhecidos no centro por beberem, fumarem, tomarem drogas e não quererem ir para a escola.
Issam D. faz parte de um grupo de mais de 20 homens do norte de África que a polícia está a investigar devido ao que aconteceu em Colónia na passagem de ano.
--
Trata-se de uma folha de papel pequena e amarrotada, que se tornou um símbolo da crua violência sexual e da misoginia. Nele pode ler-se "quero foder", "mamas grandes" e "quero-te morta beijar". A seguir, as frases correspondentes em árabe. O papel foi encontrado ao deter Issam D., um jovem marroquino, e outro suspeito, na quinta-feira passada, perto da Estação Central de Colónia.
O canal Spiegel TV falou com esse suspeito, que vive num centro de refugiados perto de Colónia. Além do papel, os investigadores também encontraram, num telemóvel em sua posse, vídeos com cenas dos ataques às mulheres na noite da passagem de ano. Ela terá apenas 16 anos, e diz que encontrou o papel no chão. Também diz que nessa noite nem sequer estava em Colónia, e que às dez da noite já estava a dormir a sono solto. É verdade que os vídeos estavam no telemóvel que ele trazia consigo, mas o aparelho nem sequer é dele. "Eu não faço dessas coisas", diz.
A polícia já o conhece há algum tempo. A primeira vez foi em Julho de 2015, como carteirista. Outro refugiado residente nesse centro relatou que o Issam D. e os seus amigos são desagradavelmente conhecidos no centro por beberem, fumarem, tomarem drogas e não quererem ir para a escola.
Issam D. faz parte de um grupo de mais de 20 homens do norte de África que a polícia está a investigar devido ao que aconteceu em Colónia na passagem de ano.
--
E agora vou mudar de assunto: "mamas grandes", "quero-te beijar" e "quero-te foder" (está tudo naquela folhinha) são alguns dos galanteios com que as mulheres são mimadas por desconhecidos nas ruas portuguesas. Para o Spiegel, isto é sinal da "crua violência sexual e da misoginia".
- Oh, pá, Spiegel, por amor de Deus! "Mamas grandes"?! Isso é motivo para escândalo?! Só significa que os homens têm olhos para ver as maravilhas da Criação. E qual é o problema de se querer foder uma mulher bonita? Afinal de contas, os homens são como são, e esse impulso natural inscreve-se no instinto de preservação da espécie. Além disso, mulher honesta não tem ouvidos. Vá, juízo nessa cabecinha, e vamos tratar de problemas mais importantes e urgentes que estas tentativas um pouco desajeitadas de flirt.
Fica a informação para os portugueses que acham que o piropo é um elemento da nossa cultura que deve ser preservado, quiçá inscrito no património da UNESCO: para a sociedade alemã, este tipo de frases é um sinal de violência sexual e de misoginia. Portanto, peço aos portugueses residentes na Alemanha que tenham cuidado com esses impulsos culturais, porque do comportamento de alguns de vocês depende ficarmos todos com má fama. E não me apetecia nada ter de ir para uma manif de repúdio com um cartaz a pedir desculpa pelo comportamento dos meus compatriotas e a tentar provar que nós, os portugueses, não somos todos assim.
Bem sei que as minhas orações e os meus pensamentos deviam estar com as mulheres brancas que foram vítimas dessas hordas de bárbaros de pele escura, e que devia estar a fazer petições para fechar as fronteiras e expulsar toda essa gente para fora da Europa, em nome da segurança das nossas mulheres e da defesa do Ocidente cristão, nomeadamente dos seus valores (isto é puro cinismo, não façam uma leitura literal), mas não resisto a fazer mais um comentário: em Portugal há muito boa gente, inclusivamente mulheres (bom dia, Marias Ann Coulter, está tudo bem aí na coutada dos bons costumes?), que diz que as pessoas que querem criminalizar o piropo são histéricas feias, esganiçadas e/ou mal fodidas.
3 comentários:
Helena, queria só agradecer as traduções de artigos sobre a violência em Colónia. Isto é autêntico serviço público. Obrigada.
Obrigada, D.S.
Ainda bem que está a aproveitar a algumas pessoas.
Está a aproveitar, sim. Podemos não concordar em muita coisa, mas neste assunto, em perfeita sintonia. O aproveitamento xenófobo que está a surgir deste assunto é detestável.
Enviar um comentário