Do mural de facebook da Helena Ferro de Gouveia:
- Na imprensa matinal alemã a ex-namorada do co-piloto conta que já em 2014 ele anunciara que "iria fazer algo que mudaria o sistema e que poria toda a gente a falar dele". Na altura ela diz não ter compreendido aquelas palavras.
- Em todos os grandes jornais alemães a Lufthansa e a Germanwings publicam um anúncio de condolências por todas as 150 vítimas da catástrofe. A comunicação e a gestão de crise da LH tem sido exemplar e digna (um case study).
- No dia 17 de Abril, na Catedral de Colónia, terá lugar uma missa em homenagem às vítimas que contará com a chanceler e o presidente alemão, com o chefe de governo espanhol e presidente francês entre outros representantes políticos. A cerimónia está aberta a quem deseje participar nela.
1.
Se alguém me dissesse que ia mudar o sistema e ficar famoso, eu iria a correr contar à polícia? Quantos polícias seria preciso ocupar para vigiar todos os complexados gabarolas que por aí andam?
2.
Num mundo cada vez mais mediatizado, no qual as pessoas estão dispostas a muito (ou a tudo, infelizmente) para conquistarem um espaço de visibilidade e fama, como nos podemos proteger?
Lembro-me de a Fernanda Câncio já ter dado uma resposta possível a esta questão, numa crónica que escreveu sobre o terrorista de Utoya, sem mencionar uma única vez o seu nome. Talvez seja a solução: quem cometer estes actos é deliberadamente apagado da História. Não se saberá sequer o seu nome.
3.
A Helena Ferro de Gouveia fala num case study, e eu penso logo em três, pelo menos:
- a comunicação e a gestão da crise da Lufthansa (anúncio de condolências por todas as 150 vítimas? também pelo piloto que os matou?!),
- a tentação securitária das pessoas (lembram-se quando queriam betonar todas as arribas das praias?)
- o interessante fenómeno que tenho visto em alguns murais do facebook em português: pessoas que se aproveitam desta tragédia para fazer insinuações torpes sobre a Alemanha em geral e a LH em particular. (O que Pedro diz de Paulo revela mais sobre Pedro que sobre Paulo...)
2 comentários:
Não duvido que no futuro se lembrarão os acontecimentos mas serão esquecidos os nomes de quem os provocou.
Outra coisa: não há tragēdia nenhuma que os políticos não aproveitem para aparecer.
Gi, parece-me que era importante dar um sinal claro aos que estão neste momento a fantasiar uma loucura destas. Era preciso que eles não tivessem a menor ilusão sobre o anonimato imediato em que iam cair. Ninguém saberia nunca nada sobre eles, nem sobre a sua vida. Efeito fama: zero.
Quanto aos políticos: lá isso...
Por outro lado, se não aparecessem o povo ia dizer que estão de costas voltadas, e assim.
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