07 novembro 2014

e então, como é que foi o concerto?



Chorei copiosamente - mas não tossi uma única vez. Parece que é possível, mesmo quando se está muito mal das vias respiratórias.

Quanto ao mais importante: foi - estavam à espera de quê? - excelente.
O dos miúdos foi ainda melhor que o nosso, porque eu tive a triste ideia de mudar para dois lugares livres na fila 6 do bloco A, já que era um concerto com coro e solistas. Os miúdos ficaram no seu bloco E, de lado e por cima da orquestra. Nós tivemos a música, e eles, para além da música, tiveram o Rattle-Show. Diz que foi fantástico.

A primeira peça era o Stabat Matter op.53 de Karol Szymanowski. Ouçam, ouçam - começa a 3'10''.
O Szymanowski queria fazer um requiem, mas como estava tuberculoso ocorreu-lhe que não seria boa ideia repetir o efeito Mozart (compor o seu próprio requiem), e por isso escreveu um Stabat Mater - e viveu mais dez anos. Foi uma pena ninguém ter contado este truque ao Mozart.

(Agora fico à espera do que eles vão inventar para comemorar os meus 50 anos de Alemanha) (Ai! Se calhar daqui a 25 anos o Rihm já é um clássico, e vão-no servir como prato forte do concerto, ai!) (É por estas e por outras que é muito triste envelhecer: temos de nos sujeitar ao enquistamento do plano inclinado da estética...)


2 comentários:

Sofia disse...

Olá Helena! Parabéns pelos 25 anos de Alemanha! Nao conhecia a história do Stabat Matter do Szymanowski. Mas lembro-me que o Pergolesi escreveu o Stabat Matter quando estava a morrer de tuberculose e morreu mesmo... Esse truque nao funciona com todos! Hoje vou eu à Filarmonia: escolhi ir hoje por causa do Kurtag e do Lachenmann.... mas acabei de ouvir o Stabat Matter do Szymanowski e acho que devia ter ido ontem... e hoje! Beijinhos e as melhoras!

Helena Araújo disse...

Sofia, acho que no domingo repetem este.
Boa sorte!