E se pudéssemos mudar a vida radicalmente, e se em vez de tirar uns minutos por dia para "tempo de qualidade" com os filhos resolvêssemos consumir menos, e ir dar a volta ao mundo com eles (de bicicleta) ou ao menos fazer férias num sítio longe de tudo e sobretudo longe daquilo que custa dinheiro?
Alguns exemplos:
1. Uma família alemã que faz férias de Agosto numa cabana em frente a um lago na Suécia. Sem electricidade nem água. A luz do dia basta para lerem até às onze da noite, para a água há um poço com manivela por trás da casa. O fogão é a lenha. Os miúdos passam o dia a mergulhar no lago, e o pai passa o tempo a apanhar frutos no bosque e a fazer compota para todo o ano.
Quem diz Suécia também podia dizer uma casa simples perto de uma barragem portuguesa, não?
2. Estes:
The Hankis Go Camping 2013 from Rob & Lauren on Vimeo.
3. E os mais loucos de todos: uma família com quatro filhos (entre 1 e 5 anos) que anda a dar a volta ao mundo em bicicleta.
(para ver mais: global mobile family e jardim do mundo)
De bicicleta, à volta do mundo, com um bebé. Parece que afinal aquela tralha toda que se compra quando se tem filhos (carro maior, berço, banheira, cómoda para mudar fraldas, carrinho, andador, cadeirinha, etc. etc. etc.) não é propriamente indispensável. Os bebés, aparentemente, passam bem com poucas coisas - e pais muito presentes, em compensação.
Estes exemplos deixam-me com uma interrogação: de quanto é que precisamos para ser tranquilamente felizes?
6 comentários:
Fiquei encantada com a Global Mobile Family. Que inspiração, bolas. Quando for grande quero ser assim, partir só com o que é mais importante, sem amarra a nenhuma terra nem casa.
Basta usar a bicicleta como meio de transporte diariamente.
Dar a volta ao mundo é mais radical. Ficar longe da civilização não me parece boa ideia. Consumir menos “lixo” é sempre melhor…
Concordo com o Pancho. A estratégia dos pequenos passos, como usar a bicicleta diariamente, é sempre mais adequada e permite alguns avanços de qualidade de vida. Os extremos apenas levam a sentimentos de frustração.
Eu diria que cada um faça como achar melhor. Ir dar a volta ao mundo com quatro crianças de menos de 5 anos não seria propriamente o sonho maior da minha vida. Já as férias naquela casa na floresta, junto a um lago, sem tv nem Mundos Disney nem nada disso...
De "quanto" é que precisamos para ser tranquilamente felizes?
De ambicionarmos apenas tudo aquilo que pudermos ter - não mais.
O meu filho mais velho, por exemplo, ambiciona apenas ir viver com a sua avó, para uma minúscula Vila alentejana, e tratar de animais.
Será que ele contraíu algum vírus de "tranquilomania aguda teutoniensis" em Berlim, quando tinha dois anos?...
:-)
António, se calhar é como todas as crianças: o mundo da casa da avó é especial.
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