24 setembro 2013

la fille aux cheveux de lin

Ia falar só do concerto a que assisti hoje, mas não sei que me parece ter um blogue se não for para contar a minha vidinha toda. Por isso, aqui vai:
(quem tiver pressa, pode saltar este parágrafo)

Hoje, a meio da manhã, dei-me conta de que já vamos em terça-feira. Na segunda-feira (ontem!) uma amiga minha tinha a sua defesa da tese, e eu queria muito ir, porque ela andou meses a estudar as caveiras no teatro anatómico do Charité, e desde então estou para saber se conseguiu encontrar a cabeça da Rosa Luxemburgo e a do Schiller (bem me podiam convidar para assegurar a secção Caras das revistas científicas). Mas ontem trabalhei com muito afinco e deixei passar o momento, e hoje continuei a trabalhar concentrada e muito chateadamente (sim, o trabalho anda outra vez a atrasar-me a vida real), até que de repente me ocorreu que se hoje era terça-feira então tinha almoço marcado na Filarmonia. Ufff, este foi por pouco. Prevejo uma semana muito cheia de agitações súbitas.

O Lunchkonzert na Filarmonia era com Andreas Ottensamer (clarinete) e José Gallardo (piano). Um concerto todo ele muito bom, mas o que deu cabo de mim foi La Fille Aux Cheveux de Lin tocado no clarinete. Tão bem, que me deixou intrigada: porque é que o Debussy se foi lembrar de compor aquilo para piano, quando no clarinete fica tão melhor?

O Andreas Ottensamer dançou muito melhor que neste vídeo - e interpretou a peça de outra forma, com uma leveza mágica. Além disso, a camisa branca metida dentro das calças pretas fica-lhe muito bem. Estive encantada durante todo o concerto, mas depois, quando me pôs um autógrafo no meu CD, vi que tinha idade para ser meu filho. Gulp.
Que coisa, tão nova e já a fazer figura de velha babosa.



4 comentários:

jose disse...

E de algum modo se liga ao post lá-de-baixo,as influências,ou não,do Débussy no Mompou.
Clarinete...ainda estou preso à magia do piano,de Gieseking no meu caso.

Helena Araújo disse...

Pois é, José, tem razão.
Mas é que fiquei sem saber o que dizer. Também me lembra muito Pärt.

Já lá vou ao Gieseking.

Paulo disse...

Vi o Andreas Ottensamer em Sintra e nunca mais me esqueci, por suposto.

Helena Araújo disse...

Lembrava-me bem desse teu post, Paulo, mas não tinha reparado no nome do clarinetista.
Tens bons motivos para não esquecer, claro. Tem um belo dum clarinete! ;-)