26 agosto 2013

quando a esmola é desmesuradamente grande...



Em vez de comparecer no funeral de bombeiros que deram a sua vida pela pátria, o presidente da República manda dar as condolências por telefone e em privado (percebi bem?!). Simultaneamente, envia uma mensagem à família do António Borges e publica-a na página da Presidência.

Isto é tão inacreditável que eu desconfio, e dou comigo a pensar que se calhar houve um erro na comunicação com os estagiários que lhe fazem estas tarefas. Ele terá dito "olhe, dê condolências privadas à família do economista, e envie uma carta como deve ser às famílias dos bombeiros, em nome dos portugueses e assim, publicando-a também na página da presidência", mas o estagiário era novo, estava a substituir o outro que emigrou porque se fartou dos recibos verdes (isto sou eu a imaginar), e trocou os nomes. Ou então não encontrou na wikipedia nada sobre os bombeiros, e achou por bem escrever antes a carta bonitinha para o outro, já que tinha mais material.

O erro também pode ter acontecido a jusante: enquanto o presidente subia para telefonar e se concentrava para não cair, confundiu-se um bocadinho e disse os nomes trocados. Viver no campo tem destes inconvenientes.

(a propósito deste post no blogue Entre as Brumas da Memória)

2 comentários:

Pedro disse...

:) pensámos o mesmo. Isto é, numa época em que a governação nunca é feita directamente pelo próprio e há gabinetes de imprensa e assessores a dar com um pau(que tanto custam ao erário público, cala-te boca que isso agora não vem ao caso), quem nos garante que a ideia, uma como outra, partiu de facto do PR? Embora, em última análise, a culpa será dele - se o Fox deixar um presente no meio da rua, a multa será sempre passada em teu nome ;)

Helena Araújo disse...

Parafraseando alguém que eu (não) conheço, "quando duas pessoas de posse da mesma informação" chegam à mesma conclusão, é sinal de que essa conclusão é a certa...
;-)

Isto é tão absurdo que só pode ser um mal-entendido que aconteceu entre essa gente toda. Não posso crer que alguém nos gabinetes da Presidência tomasse a iniciativa de algo tão chocante sem a discutir com o presidente.