Amigos russos vieram cá a casa jantar. Avisei: "vou fazer comida portuguesa!"
Eles comentaram: "Ai! Comida portuguesa!" - e eu não percebi muito bem o que queria dizer aquele "ai".
Enquanto eu terminava os preparativos para o jantar ficámos a conversar na cozinha, e o Joachim serviu-lhes tanto pão com azeite e sal de trufas a acompanhar tantos aperitivos de vinho do Porto que, quando chegámos finalmente à mesa, aposto que nem reparariam se eu lhes servisse comida chinesa da época da grande fome.
No final combinámos um jantar em casa deles. Avisaram: "vamos fazer comida russa!"
Pensei: "Ai! Comida russa!" - e de repente fez-se-me luz sobre o significado daquele "ai".
É muito triste sermos tão iguais, só que nos lados opostos do espelho...
4 comentários:
:-) Pois é, os estereótipos dão-nos cabo da vida. Bom, também não é bem assim. Retiram-lhe surpresa.
Não me diga, Helena, que serviu gafanhotos fritos :)
Os russos não têm um cozido à soviética? Leve uns enchidos de Estremoz para ajudar.
Saudações revolucionárias
E afinal o "ai" era bom ou mau?
Cristina, algo me diz que não ficaram muito surpreendidos... ;-)
António,
nada disso! Servi bacalhau, claro!
Ponha-se com saudações revolucionárias, ponha, e conto-lhe já uma anedota do Brejnev... ;-)
Gi,
o "ai" era de desconfiança. A sorte que quando chegaram à mesa já iam anestesiados com vinho do Porto. Mas são gente habituada a estrelas Michelin, aquilo que nós fizemos foi uma grande temeridade. Por acaso, agora me ocorre, não terá sido a primeira neste mês... :)
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