(aqui)
No facebook, um amigo comentava: reabriu assim porque não conseguiram pô-la mais feia. Hahaha.
Mas eu saúdo a originalidade da ideia de confrontar o minimalismo branco com o barroco dos móveis. O uso de uma cor homogeneizador para libertar a essência das formas. O espaço democrático igualitário, onde cada pessoa inscreverá a sua cor. O painel com a fotografia dos grãos de café a preto e branco, sim, preto e branco: que melhor alegoria para as conversas de café?
(Isto sou eu a tentar uma carreira relâmpago como crítica de arte contemporânea. Dêem-me uma lixeira, devolvo-vos uma peça que vale milhões!)
Quase a propósito, aqui vai um bocadinho de uma entrevista de Gerhard Richter, num suplemento do jornal "Die Welt", aquando da inauguração da sua exposição Panorama em Berlim (aqui, em alemão):
- (...) não pode levar a sério pessoas que pagam vinte milhões de dólares por um quadro seu?
- Nos últimos anos deixei de ser tão sensível a isso. Recebi da Art Basel um caderno, uma espécie de revista para os super-ricos, que mostra em que é que essas pessoas gastam o dinheiro. Fortunas imensas para as suas jóias, as casas, as festas e os iates. Irreal, e repugnante. Foi então que me ocorreu que o dinheiro que pagam por um quadro se pode ver como um investimento quase razoável. Mas a ideia de entrar na casa deles e ver onde têm os quadros pendurados, isso é que nem pensar.
7 comentários:
Talvez o meu exercício de ironia não tenha sido bem conseguido.
Para não haver dúvidas:
bleeeeergh para esta nova "a Brasileira". Até eu conseguia fazer melhor, caramba.
Não é o meu estilo de decoração, mas não sei se o considero verdadeiramente feio. Não o acho nada acolhedor. Sempre que vejo tanto branco faz-me lembrar um hospício (só faltava terem forrado as paredes a tecido :P )
já o tinha comentado também.
fiquei imensamente triste, porque a ideia foi óptima, mas nao se maltrata assim um espaço tão mítico.
enfim.
:(
sem-se-ver,
Que ideia é que foi óptima?
Fuschia,
num espaço tão mítico, como escreve a sem-se-ver, não se coloca apenas a questão do gosto. Essa era para o caso de estarem a criar um café novo de raíz, e a gente decidia se se sentia tentada a passar por lá ou não (eu, neste caso, não).
Penso que um arquitecto, ou um decorador, não tem o direito de entrar assim de bulldozer pela memória e pelo imaginário de uma cidade.
A ideia boa era reabrir a Brasileira. O problema é que o espaço já tinha sido abastardado várias vezes, já tinha sido transformado em loja de roupa há vários anos, etc. Mas mesmo não se podendo recuperar o original (não sei...), não havia necessidade de fazer ali uma coisa tão feia, a avaliar pelas fotografias.
Não conheço o espaço e não tenho como comparar com o que era.
Isso é como os candeeiros que andam a mudar em Lisboa, a tirar os antigos e substituir por uns moderné.
«A ideia boa era reabrir a Brasileira.»
:)
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