31 dezembro 2011

Taizé em Berlim (3)

Antes do fim do ano, o Speedy Gonzalez deu um jeitinho para traduzir apressadamente (já o conhecem) (mas desta vez é ainda mais apressadamente que de costume) o artigo de jornal onde se falava da aventura em que nos metemos esta semana:


O apartamento comunitário de Taizé

Família de Charlottenburg acolhe oito participantes do encontro de jovens cristãos

Helena Araújo devia estar sentada em frente ao computador. O prazo para entrega da tradução que tem em mãos está a chegar ao fim. Mas, em vez disso, ao meio-dia desta quarta-feira está na cozinha em frente a uma panela enorme com água, para fazer spaghetti. Na sala de jantar há oito convidados esfomeados, que chegaram às seis da manhã num autocarro vindo de Portugal. Ficarão em Berlim até ao dia 1 de Janeiro a cantar, meditar e a rezar, a conhecer pessoas e, naturalmente, também a cidade. Os oito são fãs da comunidade cristã de Taizé, com sede em Borgonha, na França, que organiza todos os anos um grande festival de juventude numa cidade europeia. Desta vez realiza-se em Berlim: a cidade recebe 30.000 jovens de todo o mundo.
"Jovem" entendido em sentido lato: os oito homens e mulheres  para quem a Helena Araújo está a fazer massa andam pelos trinta. Há três horas estavam a bater à porta do casal, com as suas mochilas, os colchões, os sacos-cama - agora poder-se-ia pensar que fazem parte da família. Um deles está na cozinha a cortar lascas de presunto para a entrada, os restantes estão à volta da mesa a conversar com o "pai". A sala de estar foi transformada num pequeno acampamento, tal como o quarto do filho, que neste momento se encontra nos EUA. O apartamento antigo não é propriamente pequeno, e tem três quartos de banho. No entanto, não é óbvio que alguém receba oito pessoas em casa, lhes prepare o pequeno-almoço e ao fim do dia talvez ainda uma bebida para a noite. Só na semana passada é que o casal tomou a decisão de oferecer a sua casa, quando soube que ainda havia 3.000 pessoas sem alojamento. Disseram na paróquia: "onde há oito, também pode haver dezasseis". Pode ser que nos próximos dias o espaço se torne um pouco mais apertado.
O casal é católico. Desde a mais tenra idade que os filhos começaram a fazer com os pais estadias de uma semana em Taizé. Gostam da simplicidade da vida nesse lugar, dos encontros com pessoas que vêm de todo o mundo, da atmosfera especialmente pacífica e espiritual. Os filhos cresceram, e continuaram a levá-los a Taizé, para lhes transmitirem valores cristãos. "É bom que aprendam que há mais mundos para além de si próprios e dos seus interesses", diz o pai. Hoje, os filhos têm 15 e 17 anos, e vão a Taizé com os seus grupos de jovens. Além disso, a filha está a participar na organização deste encontro em Berlim.
Foi por acaso que estes oito portugueses vieram parar à casa da Helena Araújo. Ela é portuguesa, e os oito trazem-lhe um bocadinho da pátria comum. "A princípio, pensei que bastava preparar-lhes o pequeno-almoço, e eles depois tratavam de si próprios", diz ela. Poucas horas antes, ao fim da tarde do dia anterior, a família regressara das férias de Natal. Quando às oito e meia da manhã a filha avisou que o grupo já estava em Berlim, a mãe estremeceu. "Mas agora estou muito satisfeita por termos decidido recebê-los", diz Helena Araújo, e pousa a travessa fumegante na mesa. Ri e faz piadas com os convidados, depois do almoço quer ir mostrar-lhes Berlim, antes do início do festival. Parece que a tradução vai ter de esperar um pouco mais. 

[Nota da tradutora: hehehe, esta notícia está desactualizada - já acabei a tradução!, hehehe]

2 comentários:

Paulo disse...

Ena! Viva! Isso é que foi dar-lhe (na tradução, claro).
Agora respira fundo.

Helena Araújo disse...

:-)