30 dezembro 2011

Taizé em Berlim (2)



Ontem ao fim da tarde os vizinhos do segundo andar tocaram à nossa campainha. Tinham lido no jornal que temos aqui oito portugueses, e traziam duas garrafas de vinho alemão para os nossos hóspedes e muitos elogios para nós (até disseram à minha sogra que eu sou a Madre Teresa do prédio, o que é um exagero do tamanho do mundo - mas faz pensar no que pode ser a solidão numa cidade grande, quando dizer "bom dia" com um sorriso rasgado, e ter um minuto para ficar a conversar nas escadas já é considerado como uma grande obra de caridade). Também vinham oferecer louça, caso fosse preciso, e até o a seu quarto de hóspedes. Agradeci, mas deixei bem claro que todos os oito são meus, e que não dispenso nenhum. Para os consolar, demos-lhes umas lascas de presunto e um copinho de Madeira, e ficámos a conversar na cozinha enquanto eu ia despachando o nosso jantar e mais uma canjinha para servir ao pessoal quando regressassem a casa.

Depois nós fomos ao concerto de fim de ano da Filarmónica, e foi excelente mas agora estou a dizer banalidades. Os nossos peregrinos recusaram-se a aceitar uma chave da nossa casa, pelo que se viram obrigados a andar na noite berlinense até depois das onze. Mas quando chegaram tinham uma canja quente à espera, e vinho alemão, e mais a notícia do jornal que eu lhes traduzi no meio de muita risota.

Ainda aqui estão, e já sinto saudades deste tempo.

6 comentários:

Teresa disse...

E fazes o favor de pôr aqui a digitalização da notícia? :)))

Tenho adorado estes relatos. Sem mais comentários, já que vão na onda dos da tua vizinha e tu depois zangas-te comigo.

Helena Araújo disse...

Até faço mais, Teresa: quando tiver tempo, passo aqui a tradução.

Sim, sim: sem mais comentários. ;-)

(gostaste da minha colecção de cadeiras?)

mdsol disse...

... é, sem mais comentários, porque zangada não deve ficar tão bonita.

:))))

Helena Araújo disse...

mdsol: AI!!!

(sim: eu zangada, com cara de má)
(hihihihi)

Gi disse...

Posso fazer minhas as palavras da Teresa e da Mad?
(Cuidado com estas histórias que te habilitas a receber charters de visitantes)

Helena Araújo disse...

vai vir charters...
:-)
(se forem como estes meus oito, não tem dúvida!)