Em síntese, foi isto: o mundo é um lugar bom.
Impressionante como um grupo de patuscos
(hehehe para o "compatriota", que não acha graça nenhuma a este nome que nos dei)
um grupo sem estatutos nem hierarquias, composto por pessoas muito diferentes mas igualmente atarefadas, conseguiu organizar uma festa tão bonita, com tão bom ambiente e tanta qualidade.
Ainda agora me custa a acreditar que uma coisa tão especial nos nasceu das mãos, e da contribuição gratuita de tantos: artistas excelentes que participaram sem cobrar cachet, uma incansável equipa no serviço de comes e bebes, um público que trouxe bolos deliciosos (muito eu gostava de saber quem fez aquele pão-de-ló caseiríssimo, há que anos não comia uma crostinha assim).
Em breve haverá no facebook e na berlinda.org fotos e vídeos, mas para já deixo aqui um gostinho. (infelizmente o meu fotógrafo preferido chegou um pouco mais tarde, e por isso faltam fotos das crianças no palco - aquelas dinâmicas de grupos de miúdos são sempre muito engraçadas e enternecedoras - e da Madalena Leal de Faria a cantar canções de Natal)
Projecto deLavoisier: um grupo ainda desconhecido, com um projecto muito interessante, aplaudido de tal maneira que a organização teve de aceitar que eles cantassem mais do que o tempo previsto para cada grupo.
Ópera, com Inês Thomas Almeida (Mezzosoprano), Mónica Monteiro (Soprano), David Santos (Piano)
Estava na sala quando eles fizeram o teste de som. Arrancaram com este dueto (no vídeo, é a partir de 1:19), e eu a parar tudo, os milhentos papéis esquecidos na mão, a pensar "não vais chorar, pois não, Heleninha?" - não, mas foi por pouco.
Quando elas começaram a cantar, a sala estava muito agitada. As crianças corriam à volta das cadeiras, as pessoas conversavam. Apesar dos psssst, havia uma barulheira desagradável. Mas ao fim de um minuto aconteceu um momento de milagre: as pessoas perceberam a qualidade do que estava a acontecer no palco, deixaram-se tocar pela música, e todos se calaram. Nem as crianças se ouviam. Conseguiram encantar um público extremamente diverso, onde haveria com certeza pessoas que pouco apreciam a música clássica. E deixaram toda a gente bem-disposta com o seu dueto dos gatos - nunca o vi interpretado de forma tão hilariante.
A seguir ao intervalo, Jazz: Carlos Bica (Contrabaixo) e Carsten Daerr (Piano)
E eu a perguntar-me, como o miúdo no regresso do dentista, "Is this real life?!"
A seguir, um ar de Vaudeville com Lúcia Vicente. Felizmente já não havia crianças na sala...
"Is this real life?", hehehe
Para terminar, o Trio Fado.
Fado com violoncelo, muito bonito.
E depois discoteca, e conversas animadas até altas horas da noite. Esta manhã foi difícil levantar.
Em síntese, foi isto (no português muito particular do Joachim): "os portugueses que moram em Berlim e não vieram a esta festa devem ter os pirolitos avariados".
3 comentários:
Vá, o mundo é um lugar razoável e nem sempre se pode entrar com uma cerveja na mão, mas a festa foi muito boa e o patusco está de parabéns, é um verdadeiro herói do emigrantado. Dizia-lho a ele, mas sempre que digo bem dele pensa que estou a gozar, pelo que é melhor não.
As nossas gatas deram dez a zero a esse dueto de tarecos, os artistas foram todos fabulosos, os organizadores estão realmente de parabéns pelo seu trabalho de equipa e vou tentar convencer o patusco de que a Rita não está a gozar quando lhe chama "herói do emigrantado" (mas não prometo nada).
E o Joachim falou e disse!
Depois da descrição efectuada pela Helena, o Joachim disse tudo o que havia a dizer! :-)
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