Querido Pai Natal,
tenho um cão que se chama Spicchio e morre de frio. A minha mãe fez-lhe um casaquinho para andar em casa, mas tira-lho quando ele tem de ir à rua, porque é ridículo e a minha mãe tem vergonha quando as pessoas dizem "olha como aquela deixa o cão andar!" Por isso o Spicchio odeia o Natal: porque a minha mãe não quer que as pessoas se riam dela. Peço que vejas se podes mudar alguma coisa no frio, ou na minha mãe, ou nas pessoas que se riem. Falo-te em nome do Spicchio.
Chiara - Civitavecchia (Roma)
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De um livro de cartas de crianças ao Pai Natal, colectânea de Federica Lamberti Janardi e Brunella Schisa
4 comentários:
:))
(mete cães, só me podia motivar :))
(enfim, histórias bonitas assim)
Tenho 3 livros cheios delas.
Mas alguma são de uma incrível tristeza. Como o miúdo que se queixa que o Pai Natal só lhes deixa um chocolate e um cartão a dizer "desejo-vos tudo de bom", e ele diz que em vez do cartão bem podia deixar brinquedos como deixa nos outros meninos...
É o problema do Natal: hiperboliza tudo. Quem está bem sente-se mais feliz e quem está mal sente-se mais infeliz.
:-) e :-(
Grande verdade, Carlos.
E depois, é como a pobreza: relativo. A gente sente-se ainda pior se não está a ter um Natal feliz e perfeito como as pessoas à volta.
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