A parte nova do memorial do muro de Berlim, inaugurada ontem, tem barras de metal a marcar o ponto onde o muro passava, e marcas no chão para assinalar o local onde ficavam as casas derrubadas. Também há uma parte onde foram postas a descoberto as fundações dos edifícios.
Essas casas da Bernauer Straße ficavam no leste, mas davam para o ocidente: ao sair para a rua, as pessoas estavam em Berlim ocidental. Brincava-se até com o facto de, ao assomar à janela, terem o traseiro no leste e a cabeça no ocidente.
Como se vê numa das fotografias, o muro foi construído a mais de um metro da fronteira (a parede exterior da casa). É que havia um espaço para se fazer a manutenção do lado ocidental. Havia até portas para os soldados (escolhidos a dedo, claro) passarem para fazer as obras necessárias.
5 comentários:
Olá Helena,
Estive aqui nem há uma semana e acho que é dos sítios mais impressionantes que visitei, também porque reina ainda alguma calma e não há as torrentes disparatadas de turistas como no Checkpoint Charlie e que acho uma afronta à memória. Berlim está cheio de símbolos que perpetuam memórias várias. Há que estar atento para os ver e sentir.
É isso mesmo: este lugar tem uma dignidade que o Checkpoint Charlie perdeu há muito.
Não sei como está o Checkpoint Charlie agora. Estive lá na Primavera de '89, uns meses antes da queda do muro, portanto. Nessa época era um dos sítios que prestavam homenagem às vítimas dele e aos que tinham conseguido chegar ao lado de cá vivos.
Ah, nessa altura era guerra fria a sério!
Agora é assim: tem gajos disfarçados de "soldados russos" que levam não sei quanto para serem fotografados com os turistas, magotes de turistas, lojas de bugigangas, um horror.
O museu tem um conteúdo interessante, mas as salas são terríveis: demasiado pequenas e cheias, péssimo ar.
I see...
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