O Spiegel online de hoje traz o seguinte título:
Quatro Estados alemães correm o risco de chegar a uma situação semelhante à da Grécia
(aqui, em alemão)
Trata-se de Bremen, Saarland, Schleswig-Holstein e Berlim (que nem dinheiro tem para tirar a neve das ruas - o pessoal das outras regiões da Alemanha ri-se muito, em ataques de arrogância de província), .
O Conselho de Estabilidade, que desde 2010 fiscaliza as contas dos Estados alemães, detectou nestes quatro uma situação de vulnerabilidade financeira e endividamento excessivo que tem de ser rapidamente debelada. As medidas de poupança já realizadas não são suficientes. Vai ser preciso elaborar programas de cinco anos para saneamento das contas, sujeitos a uma comissão de fiscalização. Em troca, vão receber da Federação e dos outros Estados alemães 800 milhões de euros por ano em ajudas, de 2011 até 2019.
Por seu lado, o Conselho de Estabilidade vai controlar se esta ajuda é efectivamente aplicada na redução do défice.
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Depois deste título, ninguém pode dizer que os alemães não têm sentido de humor. É que ainda ontem eu li na mesma revista um artigo que contava como o embaixador grego em Berlim se desdobra na tarefa de Sísifo que é tentar explicar à Alemanha que os gregos não são preguiçosos. Fazia a entrevista sentado numa esplanada berlinense, e perguntava ao jornalista se gostava que um dia uma fotografia daquela esplanada cheia de alemães ilustrasse um artigo sobre eventuais dificuldades financeiras do país.
9 comentários:
Há uns tempos falaram-me da falência iminente de Wupertal. Não sei como está esse caso.
O que teria acontecido à Europa se nunca se tivesse endividado e vivesse pobrezinha, mas honrada? Essa é que é a pergunta que nos deve ocupar.
Sim, até porque parece que, agora, vamos ter de voltar a esse ponto fazendo o ilusório caminho todo em marcha-atrás! É assim como ter começado a namorar com a Michelle Pfeiffer e depois, afinal, ter de acordar do sonho e voltar a cortejar a nossa prima Vera...
Wüppertal não é um Estado federal da Alemanha. Será, quanto muito, uma municipalidade.
Bem sei, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal. Wuppertal (desculpai, da primeira vez saiu-me com um p apenas - não leva trema) é uma kreisfreie Stadt, uma espécie de cidade independente, que pertence ao estado de Nordrhein-Westfalen (Renânia do Norte-Vestfália). As cidades, como os estados, também podem falir. Ou não tivemos/temos em Portugal Câmaras Municipais quase falidas? O caso de Wuppertal foi-me mencionado em circunstâncias específicas, que não vêm ao caso, e não sei se será caso único entre as várias cidades com estatuto semelhante. Repito que não sei qual é a situação actual.
Eu também não sei.
Mas admiro-me como é que a Alemanha, com tantos Estados federados, Cidades independentes e Minicípios, ainda não foi toda ela à falência. Então não dizem que isso da Regionalização só faz gastar dinheiro?! Vejam só o luxo asiático que não deverá ser ter um ordenamento administrativo com o Estado Federal, as Regiões (Estados federados) e ainda, para mais, algumas Cidades "a boiar", independentes, dentro dessas Regiões! Com ou sem tremas ou pês excendentários, deve dar uma trabalheira a legislar uma complicação destas (e gastar imenso papel)...
Ou será que, afinal, são antes os portugueses que ainda vão em cantigas e continuam a resignar-se ao "económico" centralismo?
E sim, claro que os Municípios também podem falir, mas não era esse o tema deste Artigo.
Ai a bela regionalização...
Nem me meto por aí, isto é conversa que pede muito tempo e boas cervejinhas frescas.
Tu nem precisas de tempo (as cervejinhjas, essas, ajudam sempre...)! Com a tua experiência alemã, já deves saber mais de regionalização do que nós portugueses todos juntos...
Desculpa que te desiluda...
;-)
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