10 abril 2011

e depois da moeda única, a ortografia única

Como se escreveria português se fosse a Alemanha a mandar?

Talvez assim: "phrase bonita nao achach?"


(inspirado num e-mail que a minha filha me enviou ontem)

(ai! que estou a escarafunchar numa chaga aberta!)

("chaga aberta" parece pleonasmo, e para o caso não chega. Saia também uma tautologia: ai! que estou a escarafunchar numa ferida em chaga aberta!) 

(um dia que entenda a diferença entre tautologia e pleonasmo vai ser como se me tivesse saído a lotaria)

(porque não te calas, Heleninha? porque não vais arrumar a tua mesa, que foi para isso que hoje te levantaste mais cedo, Heleninha?)

(Está bem, está bem. Já cá não está quem brincou.)

12 comentários:

André Pereira Matos disse...

Pois, eu também não sei a diferença entre tautologia e pelonasmo. Mas ainda acrescento outra: redundância.

Helena Araújo disse...

ai! agora é que estou mesmo perdida! como distinguir redundância de pleonasmo, pleonasmo de tautologia, tautologia de redundância?

- tilt -

mdsol disse...

Gosto, gosto, gosto deste tipo de brincadeiras como lhe chama.

:)))

Helena Araújo disse...

mdsol,
:-)

Rita Maria disse...

"Acho" que sao os três redundâncias, mas formas diferentes e "sinto" que o pleonasmo é mais directo, assim da formulaçao de uma frase, enquanto que uma tautologia pode ser um argumento inteiro. Tudo isto na minha profunda ignorância, entenda-se.

Helena Araújo disse...

Rita, olha o que tu escreves quando escreves depressa: "são os três redundâncias" - o pleonasmo é uma redundância, a tautologia é uma redundância, a redundância é uma redundância.
Quando escreves depressa inventas figuras de estilo que ainda não existem, como esta a que chamaremos, com empréstimo da matemática, o quadrado da redundância...
;-)

Falando de coisas sérias: andei às voltas pela internet, e pareceu-me que nem os gramáticos sabem a diferença. O que é uma vantagem: se eles não sabem traçar a fronteira, eu posso pisá-la à vontadinha...
("falando de coisas sérias", disse ela)

Rita Maria disse...

Isso é falha do raciocínio, nao da rapidez, a sério. Fazemos assim: eu tento parar de me desgraçar em público e tu nao me desculpas mais. Boa?

Helena Araújo disse...

para quê complicar?
eu estava tão bem assim...
:-)

Rita Maria disse...

É em jeito de presente de aniversário antecipado ;)

Gi disse...

No Dicionário Primberam de Língua Portuguesa: pleonasmo
(grego pleonasmós, -o, superabundância, excesso)
s. m.
Repetição de uma ideia na mesma frase (ex.: subir para cima, hemorragia de sangue, vi com os meus olhos). = perissologia, redundância, tautologia

E esta, hem?

Miguel Silva disse...

Estou a ver que a internet na Alemanha não presta:

"Processo seletivo Insper Novembro 2009 [1]:

-- "A secretaria de Relações Institucionais deverá ser o elo de ligação do Estado com os demais poderes da República."

* Trata-se do pleonasmo, dois termos que repetem a mesma ideia. A omissão da locução adjetiva "de ligação" ou a substituição de "elo de ligação" por "a ligação" não altera o significado. O termo redundante é desnecessário.

-- Quando os problemas acabarem, a normalidade voltará.

* Trata-se de uma frase tautológica. A repetição é do significado, mas com outras palavras. Diferente do pleonasmo, a repetição é implícita."

Daqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tautologia

"Pleonasmo pode ser tanto uma figura de linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a."

Daqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleonasmo

;-)

Helena Araújo disse...

Gi,
"perissologia"? Agora é que vou dar o tilt de vez...

Miguel,
não me digas que para pesquisar na internet tenho de ir a Portugal? ;-)
Obrigada pela explicação. Acho que percebi. Mas há quem afirme exactamente o contrário. Eu bem digo que a liberdade de expressão é um problema grave deste nosso tempo 2.0... ;-)

Tautologia como figura de estilo é aceitável, não é? Digam que sim, por favorzinho, caso contrário vou ter de fechar o estaminé.