(foto tirada daqui)
Há alguns anos o Joachim tinha uma oferta de emprego para Brisbane. Daquelas coisas irrecusáveis, sabem como é.
Uma amiga comentou que a cidade é lindíssima, com imensas árvores e muita água.
Mas eu disse que não. Que íamos ficar a pelo menos 36 horas de viagem de Portugal, e que eu tinha pais idosos, e que os portugueses são meio árabes, enterram as pessoas num prazo de 24 horas, e eu corria o risco de chegar atrasada ao funeral. Critérios é comigo.
Não fomos, e vejo agora que nos livrámos de boa.
Se me dissessem que nas próximas cinco horas a minha casa vai ficar inundada, o que é que eu faria? Como escolher - de entre todas as fotografias, os objectos da nossa história, os desenhos dos miúdos e o primeiro livro da Christina, com desenhos e dedicatória "to my beloffed family", e mais os diplomas, e mais o meu belo canudo que não serve para nada mas foi caro e tem um certo charme, e as apólices dos seguros... - aqueles que são imperdíveis? Não sei. Nestas coisas faltam-me os critérios.
Jogando pelo seguro, o melhor é ver se o Joachim arranja uma oferta imperdível no meio do Sahara, onde não haja risco de inundação. Ou em Qumran, parece que tem um clima propício à preservação dos manuscritos et al.
(Olha, era um erro de digitação mas saiu uma variação lindíssima para o meu costumeiro "e tal". Olhem para mim: quando me engano, fico muito erudita.)
2 comentários:
Eu panico quando penso nas cobras e nos crocodilos que andam agora à solta por lá.
nem tinha pensado em tanto!
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