15 novembro 2010

muitas maneiras de ver

Perspectivas completamente diferentes na maneira de ver o fenómeno "senhor do adeus":

O jpt, aqui:
(...) Num contexto onde os pobres (populares) e loucos são sempre “homem” e reduzidos ao nome próprio, a forma como este pobre velho demente rico é elevado a “Senhor” (“do Adeus”) e lhe respeitam excepcionalmente o direito ao apelido, é cruamente denotativa de uma pequenez preconceituosa lisboeta. Como abaixo me referem tudo isto habita bem no âmago (facebookesco, bloguístico, jornalístico) da esquerda que ri – não só, mas também. Afinal tão tão tão reaccionariazinha nestas pequenas coisas. Apalhaçada sem humor.

A Pipoca (sim, vão lá depressa ver se a torre de Pisa se endireitou, mas é que, olhem, tanto eu como a Pipoca: tem dias...), aqui:
Estive mais de uma hora na rua a dizer adeus. Encontrei amigos, encontrei pessoas conhecidas e achei que toda a gente estava feliz e bem disposta. Muita gente apareceu na despedida ao Senhor do Adeus. Muito mais do aquilo que eu estava à espera. Sempre que passava no Saldanha apitava e dizia-lhe adeus. Sempre que o via nos cinemas do Corte Inglés dizia "olá, senhor João". E sempre que alguém lhe chamava maluco eu tinha pena. Porque foi preciso estar lá esta noite, a dizer adeus, para perceber a alegria que é acenar um adeus e a alegria que é receber um adeus de volta. O senhor João alegrou as noites a muita gente. Pelo menos a mim. E de uma forma tão simples. Alguém dizia que aquilo fazia melhor do que estar uma hora no psicólogo, e é verdade. Se corre a fama que de loucos todos temos um pouco, então mais vale que tenhamos também o proveito.

E o senhor barbeiro, aqui:
(...)
3- Abrir um concurso, junto das faculdades de Lisboa, para apresentação de trabalhos sobre comportamentos urbanos (incidência na figura do Senhor do adeus).

Gosto muito da proposta do Luís. Pela diferença nas reacções, parece-me que há aqui matéria interessante de estudo para entendermos melhor o que somos como comunidade urbana.

Sem comentários: