02 julho 2010

os berlinenses e as vuvuzelas

Algumas cidades alemãs proibiram as vuvuzelas.
Em Berlim, parece-me, há poucas. Ou então, é a gente do meu bairro que não é muito dada a essas coisas.

Mas há, ainda assim, as suficientes para que o típico humor berlinense se manifeste.

1. No domingo passado, a Filarmónica deu o habitual concerto de fim de época na Waldbühne. Tradicionalmente tocam no fim a canção "Berliner Luft", e 20.000 pessoas desatam a bater palmas e a fazer os assobios da praxe, em jeito de concerto promenade. Desta vez, trocaram as trompetas por vuvuzelas. Reparem que uma delas está envolta na bandeira inglesa. O concerto teve lugar pouco depois daquele histórico 4-1 com a Inglaterra. Ao dirigir-se ao público, o maestro começou por dizer "quatro um quatro um, teste de microfone". O delírio.



2. Músicos da orquestra da Konzerthaus (que fica no Gendarmenmarkt, uma belíssima praça) saíram-se agora com uma reinterpretação de algumas peças famosas, usando vuvuzela. E falam do fascínio que este instrumento exerceu sobre compositores como Brahms e Ravel. Uns pândegos.
Não percam o Bolero, no fim do filme.
(obrigada, Gi)



No post anterior, onde falava de como é necessário haver muito circo cultural, comentei na brincadeira que o Porto precisava de duas Casas da Música. Em Berlim, onde há três óperas e nem sei quantas salas de concertos com excelentes programas, o resultado de tanto excesso também se torna visível nestes episódios de criatividade e humor.

3 comentários:

Paulo disse...

Aqui pelo bairro as vuvus andavam sossegadas até há pouco. Como parece que o Brasil joga hoje, as ternas e agradáveis melodias voltaram. Agorinha mesmo estou a assistir a um recital.

Lembro-me muito bem do Gendarmenmarkt quando ainda havia muro. Uma praça bonita e triste ao mesmo tempo.

(Ah, mas esse sentido de humor dos berlinenses... um dia ainda me mudo para aí.)

Gi disse...

Um prazer, Helena :-)

Mas já agora dê um salto ao comentário que fiz depois dos seus e veja outra tentativa de fazer música com a vuvuzela.

Helena Araújo disse...

Já vi! Já vi!
Imaginei Beethoven a esfregar as mãos de contente com as possibilidades incríveis deste instrumento novo...