29 abril 2010

tulipas em Abril

Esta é a época do ano em que alguns campos holandeses ficam ainda mais bonitos do que os postais. Por exemplo:



Os nossos amigos que moram em Haia sugeriram que nos encontrássemos nessa região, a meio caminho entre Utrecht e a cidade deles. Muito satisfeitos, anotámos o ponto de encontro: o Keukenhof, em Lisse.

Quem não souber como chegar ao Keukenhof, não tem que se preocupar: basta seguir o caminho das excursões de asiáticos. Quantos mais vir, mais perto está. E nem precisa de placas a indicar que chegou - onde houver centenas de autocarros estacionados, é aí.



Eu, nem quando vi as centenas de autocarros desconfiei. Só um pouco mais tarde, quando me dei conta que a setas apontavam na direcção de árvores enormes, me pareceu que aquilo não podia ser os campos coloridos às riscas que eu tinha imaginado. E não era.
Cada pessoa pagava 14 euros para entrar num parque com árvores, lagos e tulipas.
Como?! Isso temos nós em Berlim, e gratuitos! E bem mais sossegados, e sem turistas.
Que para o Keukenhof parecer Veneza em Agosto, só faltava mesmo espalhar alguns gondolieri nos lagos (claro que esta ideia brilhante não saiu da minha cabecinha, claro que a fui copiar ao hotel Venice em Las Vegas - ah, aqueles gondolieri a cantar para os turistas sentados em gôndolas que andam ó pra cá e ó pra lá naquele tanque a que chamam Canal Grande...).

Levei algum tempo até perceber que estava numa espécie de Feira Internacional da Tulipa. Um sítio lindíssimo, onde os expositores exibem essas flores na sua imensa variedade de cores, tamanhos e feitios.


A partir daí, decidi ignorar a decepção, e fazer render os 14 euros até ao último cêntimo. Belas tulipas, sim senhor, apesar de tudo não se encontra tanta variedade nos parques públicos, e olha aquela enorme, e olha esta negra, tão bonita, e que bela mistura de cores aqui fizeram, e que lindos os lagos, e que bem ficam ali aquelas cerejeiras...
Encantou-me esta variedade, a lembrar peónias:


À procura de uma casa de banho, entrei num pavilhão onde havia uma exposição de jovens designer holandeses. Bem, como direi? Não sei se com criações destas irão muito longe...


À saída encontrámos um pavão albino, num magnífico contraste para o desvario de cor naquele parque.


Despedimo-nos dos amigos, entrámos no carro, preparámo-nos para uma estiradazinha de seis horas até Berlim, e... perdemo-nos. Lá íamos nós a trinta à hora na direcção do mar, quando queríamos encontrar a auto-estrada para Leste. Estradas tortas, linhas direitas: avançávamos pelo meio dos almejados campos de tulipas, em todo o seu esplendor. Desatei a fazer fotografias do carro, umas piores que as outras - ora cortadas por uma árvore surgida repentinamente do nada, ora confusas de velocidade, ora em cores pardacentas de sombra. O Joachim comentou que parecíamos o carro do Google, e que já devia ter fotografias suficientes para o mapa completo da Holanda, e então fiz só mais uma. Esta:

2 comentários:

Lucy disse...

Que bonito e animador! Sabe bem, sobretudo quando estamos na fase very, very afraid

Helena Araújo disse...

Os temas dos meus posts andam um bocado bipolares, reconheço.
Ora falo de horrores, ora da vida boa.

Se calhar, mais vale falar só da vida boa? Que não é preciso ajudar com posts meus para os portugueses começarem a ter medo do que por aí vem...