Queríamos ir ver as célebres falésias pintadas por Caspar David Friedrich, mas infelizmente já não existem.
Ao que o Estado alemão chegou, que nem sequer se lembra de betonar falésias, e as deixa em derrocada ao Deus dará...
Plano B, então: caminhada de 3 km até à costa, atravessando um bosque de antigas faias e pântanos gelados...
...e passeio ao longo das falésias brancas.
Uma enorme surpresa: contradizendo o frio, a neve e a falta de sol, junto à praia o mar tinha cor de esmeralda!
(Deve ser resultado do aquecimento global: as Seychelles estão a chegar ao norte da Alemanha...)
Sellin - uma cidadezinha balneária famosa no tempo do Kaiser - às cinco da tarde:
Esta imagem é da Wilhelmstrasse, a rua principal, que vai do lago, num dos lados da cidade, para o promontório sobre a praia. Ladeada de casas brancas com fachadas de madeira muito trabalhadas. Fiz a fotografia de propósito para o blogue Sintra, acerca - para mostrar que não é só em Portugal que os jardineiros municipais têm tiques de castrador.
Fim de uma tarde de inverno em Rügen: passear pela Wilhelmstrasse, descer para a praia, tomar uma bebida quente no café Arte Nova do pavilhão sobre o mar.
Sonhar: ao longe, passam barcos com destino a São Petersburgo.
10 comentários:
vim cá desejar-te um 2010 em grande. Beijinhos!
Estao fantásticas, as tuas fotografias!
Obrigada, Snowgaze, e igualmente!
Obrigada, Rita. Apesar de estarem às escuras...
(o verificador de palavras parece que andou a ler o post - a palavra é: sychalli)
Pobres aleijadas! Mas os alemães do norte têm um bocado mais de desculpa, porque o sol é mesmo muito mais fraquinho do que aqui, pelas bandas do paralelo 39. E que apetecível essa ilha de Rügen, é um dos nossos destinos adiados. As falésias afinal exitem não? Ou as que existem não são as que o Friedrich pintou? E ele não pintou outras partes da ilha? E não há livro/guia que as identifique? E as faias são tão fantásticas ao vivo como nas fotografias? Esse passeio espetou-nos uma agulhinha de inveja.
Muito me perguntam...
Do alto da minha sabedoria wikipediana, http://de.wikipedia.org/wiki/Kreidefelsen_auf_R%C3%BCgen, vos respondo que:
- ele costumava fazer composições a partir de esquissos variados;
- a parte principal desta pintura foi feita na Stubbenkammer, que perdeu partes importantes num desabamento recente;
- muitas pessoas pensam que pode ter sido também nas Wissower Klinken, mas isso é impossível: o aspecto que estas apresentam de momento (semelhante ao célebre quadro) ocorreu devido a um desabamento posterior à data do quadro.
Na amazon.de (vocês lêem alemão?) tem alguns livros sobre a passagem do pintor por aquelas regiões.
http://www.amazon.de/Spuren-Friedrich-Greifswald-Stralsund-Neubrandenburg/dp/388132111X/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1262941496&sr=8-1
(já só há usados, o mais barato custa 95 cêntimos - querem que compre?)
e
http://www.amazon.de/Caspar-David-Friedrich-auf-R%C3%BCgen/dp/9057050609/ref=sr_1_3?ie=UTF8&s=books-intl-de&qid=1262941496&sr=8-3
e
http://www.amazon.de/Caspar-David-Friedrichs-R%C3%BCgen-Spurensuche/dp/3865300863/ref=sr_1_4?ie=UTF8&s=books&qid=1262941496&sr=8-4
(este livro procura encontrar pontos comuns entre a paisagem e as pinturas, já que o pintor compunha as paisagens a partir de estudos de diversos pontos diferentes)
Que maravilha! Que fotos deliciosas e que vontade de agarrar nos PV e ir passear por essas bandas ;-)
As faias são ainda mais fantásticas.
Aquela floresta é protegida desde há quase cem anos. Em alguns pontos tem faias, centenárias, que começaram por ser tratadas para a produção de mobiliário: muito direitas.
E tem vestígios de povos germânicos, explicações sobre aspectos curiosos da natureza (como as formações nos troncos das árvores que crescem no pântano), etc.
Mas vocês, em Sintra, a sentir inveja deste passeio às escuras, até me lembram eu a comer caranguejos-do-Pacífico acabados de pescar numa baía de cedros em Oregon, e a sonhar com Bruxelas e chocolates Godiva...
;-)
Se gostam deste tipo de passeios, incluam mais uns dias para irem a Weimar passear de bicicleta pela rota do Lyonel Feininger. Em muitos pontos puseram cópias dos quadros dele em frente à paisagem concreta.
Quer dizer: pensando bem, talvez fosse boa ideia mudarem-se por uns meses para este lado da Europa...
io,
nem queiras saber a vontade que tenho de vos dizer: sim, venham! Tirem dois anos de férias e venham!
(Duas semanas também dá para ficar com uma ideia, e perder vários quilos)
Obrigado pela sabedoria wiki, já espreitámos as referências que deixaste. Só um de nós dá uns toques nessa língua, por enquanto de forma um pouco rudimentar (se o Goethe Institut ajudar, daqui a uns anos a coisa estará perfeita). Entretanto, viagens às terras dos tudescos estão sempre nos nossos planos, embora dois anos talvez sejam alguns dias a mais para nós. De qualquer modo, é uma ideia suculenta para pôr a marinar...
Marinem, marinem.
Fica desde já prometida visita guiada a Weimar (também conhecida por triatlon cultural da Helena).
E Berlim, claro.
Embora esteja aqui desconfiada que iria aprender muito mais do que o que já sei para mostrar.
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