16 outubro 2009

anedotas de português

I.
Qual é a diferença entre um computador brasileiro e um computador português?
O computador brasileiro tem memória; o português tem uma "vaga lembrança".

(imaginem um brasileiro a dizer "vágue lmbrnss" tentando imitar um emigrante, digamos: Valadares, o Portuga - é o mais engraçado da piada)

II.
No Brasil, em resposta a uma onda de protesto contra as anedotas de portugueses, resolveram começar a contar anedotas de japoneses. Uma delas começava assim: "era uma vez dois japoneses, um chamava-se Manuel e o outro Joaquim..."

III.
O Manuel tinha uma gata que amava mais do que quase tudo no mundo. Infelizmente teve de ir passar uns meses a Portugal e não podia levar a gata. Pediu à família que cuidasse o melhor possível do bichinho, e partiu. Passadas umas semanas, recebeu um telegrama: "Manuel, a tua gata morreu". Ia morrendo ele também, caiu em coma, tudo. Quando finalmente se conseguiu restabelecer, escreveu à família a protestar contra a falta de sensibilidade. Que deviam ter mandado a notícia de modo faseado, "Manuel, a tua gata subiu ao telhado", "Manuel, a tua gata caiu do telhado", "Manuel, a tua gata está ferida" e, finalmente, "Manuel, trágicas notícias:"
Os irmãos pediram desculpa, tudo se compôs, e passados uns tempos o Manuel recebeu novo telegrama: "Manuel, a mãe subiu ao telhado".

IV.
Uma actriz brasileira foi a Portugal fazer um filmezinho parvo para um programa de TV parvo. No fim do programa, as participantes riem-se muito da parvoíce da actriz, porque receberam no Brasil um e-mail dela a dizer "não estou conseguindo enviar e-mails para o Brasil".
Quatro anos mais tarde, os portugueses dão-se conta da existência daquele filme e armam escândalo.
- Se isto não é um caso de "vaga lembrança"...


***

Houve uma altura em que a equipa com a qual inventei o famoso "português neutro" recebeu reforços do Brasil. Entre outros, veio um rapaz bastante jovem, que na véspera da partida tinha tido um acidente de automóvel e parecia ter partido o nariz. Ao fim de uns dias de muitas dores e fungadelas levei-o ao hospital, ajudei-o com o hospitalês (que é um pouco diferente de alemão) e esperei até lhe darem um nariz novo. Na viagem de regresso, ele confidenciou-me:
- Nossa, Helena, não imaginava que os portugueses fossem tão legais!
Ao que lhe respondi:
- Tens andado a ouvir muitas anedotas de português!
Ao que ele, que era mesmo muito novo, respondeu:
- Pois é! Na festa de despedida até me disseram que quando for trabalhar com vocês tenho de ter cuidado para não as contar!

***

De visões brasileiras sobre os portugueses anda este universo cheio. Já leram o livro "o Português que nos Pariu"? É um bom exemplo de como nos podemos desentender.
Se vamos fazer abaixo-assinados e escândalos por cada palermice que dizem sobre nós, não fazemos mais nada.
E depois, há a questão que não quer calar: são só os outros? cadê nós próprios?
Para quando os abaixo-assinados contra as anedotas de alentejanos, o Estiêbes (sim, esse insulto ao puôbo da gluriuosa inbicta!) e o Inimigo Público?

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