Mais um escândalo de mesa e convidados, desta vez no noticiário das dez menos um quarto da ZDF.
Contava o jornalista que, de um momento para o outro, deu aos partidos da oposição uma febre de indignação (e passa excertos breves de entrevistas a políticos, "estou chocado!" diz um, "é uma pouca-vergonha!", diz outro, "um abuso!", acrescenta o último). E tanto horror, porquê? Porque, por iniciativa da Angela Merkel, o presidente do Deutsche Bank festejou o seu 60º aniversário na Chancelaria. O incidente já tem uns meses, o próprio presidente contou há algumas semanas na tv, todo satisfeito (e passa o filme), que a Chanceler lhe terá dito que podia convidar 30 pessoas para a festa. Mas só agora, diz o jornalista, é que aos partidos da oposição deu uma febre de escândalo. Dizem eles que a Chancelaria é o lugar mais nobre do poder político alemão, e que não pode ser utilizada para festinhas privadas.
Passa nova entrevista, desta vez com um habitué das festinhas na Chancelaria. Que no tempo do Schroeder e do Kohl era o que mais havia, e que eram bem mais opíparas que a da Merkel, e que se bebia mais e até bem mais tarde. E que não é propriamente uma festa privada, porque por norma o Chanceler tem uma palavra a dizer sobre a lista de convidados, e aproveita o jantar para debater informalmente com algumas figuras importantes da sociedade alemã.
Conclusão: a oposição está a usar um não-caso para, quase à boca das urnas, produzir um escândalo artificial capaz de movimentar alguns votos.
Hei-de averiguar o nome deste jornalista, a ver se está disposto a ir fazer uns cursos de reciclagem em alguns jornais portugueses de referência...
Sem comentários:
Enviar um comentário