(post também publicado pelo meu alter ego aqui)
Isto de tirar um dia para reflexão é um perigo: enquanto reflectia numas coisas e noutras (para mais, já sei há semanas em quem vou votar) ocorreu-me uma solução para tornar o Parlamento Europeu algo importante para todos os eleitores, melhorar o nível do debate e da campanha eleitoral, aumentar a exigência em relação a candidatos e a eleitores, e reduzir drasticamente a abstenção.
Bastava introduzir esta regra: o número de deputados que cada país pode eleger para o PE é um limite máximo. O número de efectivamente eleitos depende da percentagem de votos.
Imaginemos que um país pode eleger 24 deputados. Se houver uma taxa de abstenção de 50%, só elege 12. Se, desses votos, 50% forem nulos ou brancos, só elege 6 deputados.
Esta opção tinha uma série de vantagens:
- os eleitores percebiam que a abstenção tem custos altos para o seu país e dá uma vantagem comparada aos países dos outros;
- seria muito mais difícil conduzir jogos de demagogia e de irresponsabilidade, dado que os eleitores se sentiriam impelidos a escolher realmente alguém, em vez de usarem o voto para exprimir desagrado ou indiferença;
- os cadernos eleitorais seriam objecto de uma limpeza a sério (li ontem no Le Monde que muitos mortos portugueses contam como abstenção; e já aqui afirmei que vou votar no sistema alemão, contando como uma abstenção na minha Junta de Freguesia em Portugal);
- o sistema eleitoral português teria todo o interesse em simplificar a vida aos eleitores (e estou em crer que até pensaria nos emigrantes!). À semelhança do que acontece noutros países, permitiria o voto por correspondência, e talvez fosse ao ponto de inventar uma forma segura de voto electrónico.
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