Ontem estive em Weimar, para festejar o quinquagésimo aniversário de uma amiga.
Os filhos, o marido e os amigos fizeram-lhe uma bela festa.
Hora e meia de canções, poemas e textos literários divertidos; um cânone falado - fantástico! -, encadeando de forma ritmada as palavras que a aniversariante repete mais frequentemente no difícil exercício de combinar as responsabilidades familiares com os ensaios que escreve à velocidade a que outros meramente lêem; uma pequena opereta inventada para a homenagear (ah, tão romântico!...).
Claro que é mais fácil quando toda a família respira cultura, e entre os amigos há pianistas profissionais, cantores, poetas.
Lembrei-me da cultura de salão da época áurea de Weimar, quando a arquiduquesa, Goethe e outros intelectuais da corte inventavam peças de teatro que eles próprios representavam, e se reuniam semanalmente para contarem das suas criações mais recentes.
Em jeito de agradecimento, a homenageada falou de um momento da correspondência entre os dois grandes de Weimar. Em resposta a um convite que Goethe lhe fizera, para poderem debater longamente novos projectos, respondeu Schiller: "Com todo o gosto o iria visitar, se me fosse concedido estar doente na sua casa."
Será talvez nisso que pensamos ao chegar aos cinquenta anos? Que a maior amizade é aquela que aceita a nossa crescente fragilidade?
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Regressei a Berlim cheia de bons propósitos. Do género: quando for grande quero ser assim.
Em Abril, um tio do Joachim festeja 80 anos. Já ando a pensar como é que havemos de dar o máximo que podemos, em vez de desenrascar uma gracinha qualquer à pressa.
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