19 fevereiro 2009

ousar a ternura

Antes de mais: alguém pode fazer o favor de me indicar a hiperligação para o programa Prós e Contras sobre casamento homossexual, caso exista? Desde já, obrigadinha!

O belo naco de prosa que distribuíram à entrada
- - voltai, protocolos dos sábios de sião, estais perdoados! - -
lembrou-me uma notícia que li esta semana sobre Berlim: em 2008 houve nesta cidade mais de 300 ataques homofóbicos.
No artigo, uma lésbica dizia que não se sente segura em parte nenhuma da cidade, e mesmo nos bairros onde é mais normal encontrar algum LGBT ela não troca gestos de ternura com a namorada sem antes olhar em volta para ver se não corre perigo.

Uma pessoa lê estas coisas, e fica com vontade de organizar uma manifestação "hoje somos todos homossexuais". Muito simples: encher a cidade de mulheres abraçadas a mulheres, homens de mão dada com homens. Para o pessoal se habituar a ver essas cenas, e não precisar de reagir logo com estranheza.

Claro que há um risco: é que alguns dos que se julgam heterossexuais, e participam na manifestação por pura solidariedade, descubram que afinal...

E talvez seja esse o cerne da questão. O medo que a exibição aberta de outras possibilidades desperte em mim algo que eu preferia fazer de conta que não existe cá dentro.
Mas, convenhamos, não são os homossexuais quem deve pagar o preço dos meus medos.

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