A Rita põe-se a falar sobre a inveja, e de repente lembro-me da história de um miúdo que aos dois anos recebeu uma boneca, o Peterle, que acabou por se tornar o grande companheiro daquela infância.
Quatro anos mais tarde, o Peterle, que era feito de pano, já estava como havia de ir, todo remendado e cerzido, irremediavelmente encardido e quase careca.
Foi por essa altura que a turma do miúdo combinou uma noitada na escola.
Quando o viu juntar o Peterle ao pijama e à escova de dentes, a mãe ficou preocupada com a troça a que a aparição daquele monte de trapos poderia dar origem, e perguntou: "Achas boa ideia levar o Peterle?"
O miúdo pensou um bocadinho e depois respondeu:
"Tens razão, é melhor deixá-lo em casa - os outros podiam ficar com inveja."
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