Estava eu a pensar que sou uma fundamentalista porque, desprezando o mais elementar direito de liberdade de expressão, entendo que o lugar de um revisionista é na cadeia (a ler, a informar-se, a esclarecer todas as dúvidas), mas afinal sou ultrapassada pela direita por gente que acha que o lugar dos revisionistas é no inferno, pelo menos.
Estou a falar da reabilitação do bispo Williamson, claro, e do coro de escandaleira que se lhe seguiu, por gente que gosta mais de gritar do que de se informar.
Os factos são estes: o homem foi excomungado há vinte anos pelo Papa João Paulo II, juntamente com o Lefebvre e outros três bispos nomeados por este. Essa excomunhão não tem nada a ver com a negação das câmaras de gás, mas com um episódio da Igreja Católica dos anos oitenta do século passado, ligado à não-aceitação da autoridade papal.
Bento XVI decidiu fazer um gesto de abertura, e revogou aquela excomunhão.
Simultaneamente, deixou bem claro que a Igreja Católica sabe o horror que foi o Holocausto.
É bastante simples.
Pelos vistos, a Alemanha já está a preparar um processo devido às declarações do bispo sobre o Holocausto, e está bem assim. A César o que é de César.
Não se confundam.
O que deveria fazer Bento XVI? Retirar-lhe o poder de exercer o sacerdócio (sem excomunhão)?
Eu, por acaso, acho que sim.
Mas duvido que haja por aí muita gente que entenda que a mesma regra se deve aplicar a todos os revisionistas: não apenas um processo jurídico, mas o despedimento imediato.
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