14 novembro 2008

pretos

Em Potsdam, aqui há tempos, um par de neonazis atacou um preto que estava à espera do autocarro (e por acaso até tinha nacionalidade alemã e era engenheiro). Deram-lhe uma "ensinadela" tal, que o homem esteve vários dias entre a vida e a morte.

Em Weimar fizeram o mesmo a um moçambicano. Um rapaz de vinte e poucos anos, que ficou incapacitado para trabalhar.

Após a eleição do Obama, os jornais berlinenses noticiaram a existência de um engenheiro de sistemas queniano, nesta cidade, que é primo em segundo grau do novo presidente dos Estados Unidos.

Coitadinhos dos neonazis.
Se forem por aí à caça de "pretos", pode-lhes sair um primo do "homem mais poderoso do mundo".
Era tudo muito mais simples no tempo em que o mundo era a preto e branco...


(...e ainda bem que o mundo está a ficar mais complexo!)

***

Por falar em mundo complexo: a propósito do ataque ao engenheiro de Potsdam (que é a capital de Brandenburgo, a Land à volta de Berlim, ou seja, parte da antiga RDA), tive uma discussão terrível com um alemão, que no princípio dos anos 60 fugiu do Leste para Berlim Ocidental. Ele achava que havia exagero na acusação, e que nem sempre que um par de rapazes manda um preto em coma para o hospital isso é sinal de xenofobia. E que os "wessis" têm a mania de acusar os "ossis" de serem contra os estrangeiros, quando muitas vezes são os estrangeiros que provocam.

Pede-se às mulheres violadas que se apertem um bocadinho mais no banco dos acusados, para caberem também os pretos que apanham fracturas cranianas na paragem do autocarro...

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