No Contemplamento vem hoje uma descrição hilariante da vida de uma pessoa que gosta de manter as distâncias neste mundo cada vez mais beijoqueiro.
Como a compreendo!
Quando vim viver para a Alemanha, trazia os dois beijinhos na mala de cartão. Os amigos do Joachim cumprimentavam-me de abraço - com o qual eu não contava. O resultado era eu avançar para eles de beijinho em riste, enquanto eles chegavam perto demais num repente de abraço, e a combinação destes movimentos acabar com eu a dar-lhes um bruto beijo no pescoço. Deviam pensar que eu era maluca; eu só pensava com os meus botões que eles haviam de ir ser assim efusivos para a terra deles.
Este Verão apanhei pela proa com um emigrante em França, que por tudo e por nada dava quatro-beijinhos-quatro.
Para cúmulo, fazia-o a uma velocidade vertiginosa, sem afastar muito a cara naquele vaivém de uma bochecha para a outra. E eu ali a deixar, e a pensar que estava tem-te-não-caias para um beijinho de esquimó.
Também não gosto de ver a Angela Merkel aos beijinhos aos outros políticos.
(Ainda hei-de verificar se o Sarkozy lhe dá quatro-beijinhos-quatro, e a quantos milímetros lhe fica do nariz.)
Mas sejamos optimistas: apesar de tudo, na terra de onde ela vem as coisas já foram piores.
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