17 setembro 2008

"a globalização do toque"

No Contemplamento vem hoje uma descrição hilariante da vida de uma pessoa que gosta de manter as distâncias neste mundo cada vez mais beijoqueiro.

Como a compreendo!

Quando vim viver para a Alemanha, trazia os dois beijinhos na mala de cartão. Os amigos do Joachim cumprimentavam-me de abraço - com o qual eu não contava. O resultado era eu avançar para eles de beijinho em riste, enquanto eles chegavam perto demais num repente de abraço, e a combinação destes movimentos acabar com eu a dar-lhes um bruto beijo no pescoço. Deviam pensar que eu era maluca; eu só pensava com os meus botões que eles haviam de ir ser assim efusivos para a terra deles.

Este Verão apanhei pela proa com um emigrante em França, que por tudo e por nada dava quatro-beijinhos-quatro.
Para cúmulo, fazia-o a uma velocidade vertiginosa, sem afastar muito a cara naquele vaivém de uma bochecha para a outra. E eu ali a deixar, e a pensar que estava tem-te-não-caias para um beijinho de esquimó.

Também não gosto de ver a Angela Merkel aos beijinhos aos outros políticos.
(Ainda hei-de verificar se o Sarkozy lhe dá quatro-beijinhos-quatro, e a quantos milímetros lhe fica do nariz.)

Mas sejamos optimistas: apesar de tudo, na terra de onde ela vem as coisas já foram piores.

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