11 abril 2008

um post sobre futebol e miúdas



Uma televisão privada alemã tem um programa onde a Heidi Klum aparece a escolher e a ensinar eventuais futuras supermodelos. As miúdas concorrem, expõem-se de uma maneira insuportável (de onde se prova que eu vejo pouca televisão privada, porque se visse mais dizia agora "expõem-se da maneira habitual"), são permanentemente devassadas pelas câmaras de televisão que as filmam a chorar, a rir, a experimentar passos em bikini, a olhar de esguelha para as outras concorrentes, a serem vítimas de uma radical mudança de visual, e etc.

Ontem, no intervalo do jogo de futebol mais incrível dos últimos anos, vi (filha adolescente oblige) uns minutos desse lixo. Deixaram as futuras estrelas ir a uma festa social, mas lançaram-lhes no encalço uma jornalista que as entrevistava com perguntas parvas, do género: que roupa interior é que tinham, e como é que iam de relações sexuais, e se tinham algum incidente embaraçoso para contar.
O programa mostrava as respostas (mas apenas aquelas de que as miúdas se vão envergonhar mais, claro), e os comentários dos "professores" ao ver o vídeo: "não deviam abrir assim o jogo", "eh, lá, isto é muito privado!", "que ingénuas!", coisas assim.

O programa vive todo de expor as pessoas muito para lá do limite do respeito por si próprias. Os organizadores jogam permanentemente com isso. Mas depois vêm cheios de sabedoria comentar que elas não sabem distinguir o público do privado.

Este mundo está louco, só o futebol nos salva.
O jogo de ontem, por exemplo.
(Eu estava pelos espanhóis, por causa do Felipe e por estarem a jogar com um jogador a menos e assim, mas o Matthias lembrou-me logo Olivença, e eu adoptei uma atitude de neutralidade)

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