Queria aproveitar os saldos para comprar umas calças, mas na fase em que o meu corpo actualmente se encontra, a tentar desinvestir da doçaria de Natal, é asneira. Arrisco-me a que, daqui a duas semanas (sim, sou uma optimista), pareça que herdei as calças do meu irmão mais velho.
Os saldos de Verão também vêm sempre no momento errado, justamente quando ando a investir na culinária da saudade.
De onde se prova que o capitalismo dá com uma mão e tira com a outra.
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E, por falar em capitalismo, na semana passada ouvi esta definição muito engraçada, dada por uma miúda de 10 anos: "economia planificada é comprar as coisas quando elas estão a ser oferecidas na loja, e não quando precisamos delas".
De onde se prova que os saldos, o Lidl, o Aldi e o Tchibo estão na mão dos comunistas. Quem diria.
Foi no Museu Alemão de História, numa visita guiada para crianças, que começava no presente e ia avançando em marcha atrás para o passado. Via-se a queda do muro e perguntava-se quem o construiu e porquê, e assim fomos avançando até à República de Weimar. Um dos momentos mais interessantes da visita foi um cartaz dos anos 30 que mostrava "o Judeu" com a União Soviética no bolso. Então a figura que encarna o pior do capitalismo está feita com o seu inimigo visceral, o comunismo?! Mais uns anitos para trás, e percebe-se porquê: durante a campanha eleitoral, o partido nazi afirmava em cartaz que a SPD era o anjo da guarda dos judeus.
No reino da ideologia tudo é possível.
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