26 novembro 2007

vigília no dia 29 de Novembro

Recebi, traduzo (parte do texto), repasso:


Amigos,

Na quinta-feira, 29 de Novembro, às 17:00, por ocasião do 60º aniversário do plano de partilha Israel-Palestina realizado pela ONU, faremos uma vigília na Brandenburger Tor/Pariser Platz.

Convidamos todos a participar nesta vigília.



Teremos um placard com 10 m de altura onde se verá um segmento de um muro e a frase
“Fim do muro israelita! Por uma paz justa entre Israel e a Palestina!”
Contamos com a participação de Reuven Moskovitz, um pacifista israelita.

O texto que se segue será distribuído nessa vigília e apresentado ao governo alemão.

(...)

29. 11. 2007: 60 anos do plano de partilha da ONU

Para uma Paz justa entre Israel e a Palestina

Há 60 anos, as Nações Unidas decidiram dividir entre judeus e palestinianos a região então sob administração britânica.

Anteriormente assistira-se a uma década de imigração de judeus, apoiada pelo movimento sionista. O domínio nazi da Alemanha e a consequente segunda guerra mundial, a par dos milhões de judeus vítimas do Holocausto, levaram a um enorme aumento na pressão para que os judeus sobreviventes emigrassem para a Palestina.

Contudo, havia um problema: há séculos que vivem naquela região palestinianos muçulmanos e cristãos, cujos direitos humanos e vitais têm de ser respeitados. Em 1947 viviam aí 1.300.000 palestinianos e 600.000 judeus.

A resolução 181, pela assembleia geral da ONU, em 29.11.1947, previa a criação de um estado judaico e outro palestiniano.
No entanto, para os palestinianos começou a destruição dos seus direitos humanos e vitais.

56% da região foi prometida aos judeus, 42% aos palestinianos.

Jerusalém deveria ficar sob administração da ONU. As regiões do país deviam ficar ligadas numa união económica de cariz federal.

Os palestinianos e os países árabes recusaram este plano de partilha. Seguiu-se, ainda antes da fundação do Estado de Israel, em 14 de Maio de 1948, a expulsão de centenas de milhares de palestinianos perpetrada por milícias sionistas, massacres da população e destruição de aldeias palestinianas

A 15 de Maio de 1948, os países vizinhos declararam guerra contra Israel.

Israel ganhou essa guerra e anexou mais terra palestiniana. Como resultado desta guerra, 800.000 palestinianos foram expulsos e muitos deles vivem ainda hoje em campos de refugiados nos países vizinhos; praticamente metade das aldeias palestinianas foram destruídas; Israel passou a dominar 78% do total da região anteriormente sob administração britânica.

Até hoje, o Estado Palestiniano prometido pela ONU não foi criado.

Na guerra dos seis dias, em Junho de 1967, Israel ocupou definitivamente a Cisjordânia, Jerusalém-Leste, os montes Golã e a Faixa de Gaza.

Há décadas que se realizam “negociações”: Camp David, Oslo, Cairo ou Scharm el Scheich são nomes que despertam esperança e desiludem. O „Road Map" do „Quarteto para o Médio Oriente" é há muito um beco sem saída. Tolerou a construção de colonatos ilegais, cujo número duplicou, a expulsão de pessoas e o confisco de terras, e a construção do chamado “muro de segurança”. Este muro, com 10 m de altura, contrário aos direitos humanos e dos povos, serve a continuação da política israelita de confisco de terras.

Os mais de 500 pontos de controle israelitas tornam quase impossível, para os palestinianos, o acesso aos campos, à água, às escolas, aos mercados e aos hospitais.

Uma rede de estradas autónoma, construída exclusivamente para os colonos israelitas e o exército, divide ainda mais o pequeno resto da região ocupada pelos palestinianos.

As condições de vida dos palestinianos sofreram uma degradação drástica.
Não passa um único dia sem ofensas aos direitos humanos perpetradas por Israel, tendo como consequência a depressão e a falta de perspectivas. Muitos abandonam o país.

Tal como a reconciliação entre Israel e a Alemanha foi e é uma obrigação para nós, alemães, do mesmo modo temos o dever de encontrar uma solução para os palestinianos, cuja expulsão é, também, consequência do Holocausto.

Chegou finalmente o momento de o Governo da Alemanha Federal e a União Europeia assumirem esta obrigação. A Alemanha, que assumiu a defesa dos Direitos Humanos, permanece em silêncio perante as ofensas a esses direitos nas regiões ocupadas.

Desafiamos o Governo Federal Alemão a:

- intervir activamente nas negociações de Paz entre Israel e a Palestina (a Iniciativa de Genebra, de 1.12.2003, é uma boa base para isso)

- tomar partido por uma Palestina viável, orientada pelas fronteiras de 1967,

- respeitar as decisões democráticas do povo palestiniano e dialogar com todas as forças políticas,

- assumir, à semelhança do que aconteceu no caso da guerra do Iraque, uma posição contra a actual política dos EUA, que no conflito Israel-Palestina se tem revelado muito parcial, e referir, nas relações especiais com Israel, as ofensas aos Direitos Humanos,

- pressionar para a destruição do muro, contrário ao Direito dos Povos, e dos colonatos israelitas nas regiões ocupadas,

- reconhecer o direito de regresso dos refugiados, garantido pelo Direito dos Povos, e procurar uma solução em acordo com ambas as partes,

Tudo isto foi formulado na oferta de Paz da Liga Árabe, de 28 de Março de 2007:
- Paz com Israel, com reconhecimento mútuo das fronteiras de 1967,
- relações diplomáticas, culturais e económicas,
- solução para a tragédia dos refugiados palestinianos, sem pôr em risco a estabilidade e a segurança de Israel.

Berlim, 29. Novembro de 2007

Ökumenisches Zentrum für Umwelt-, Friedens- und Eine-Welt-Arbeit

(Centro Ecuménico para Ambiente, Paz e Trabalho para Um Mundo)

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