Duas décadas depois de ter começado a celebrar acordos com diversos países para receber trabalhadores estrangeiros, a Alemanha deu-se conta de que a "mão-de-obra" que importava afinal eram pessoas com família e vontade de ficar no país. A pouco e pouco, a "política de estrangeiros" foi dando lugar à "política de integração".
A Alemanha assumiu-se como país de chegada, e repensou as leis da nacionalidade.
Foi nessa altura, há cerca de vinte anos, que li um comentário de um turco num artigo de jornal, dizendo mais ou menos o seguinte: "De que adianta tentarmos integrar-nos ao máximo? Olhem para os judeus: integraram-se tão bem nesta sociedade que a eles se devem algumas das páginas mais brilhantes da ciência, da cultura e da política alemãs. Mas nem isso os livrou de serem levados para Auschwitz."
É importante que se debata tranquilamente as questões de diversidade e de integração. E também é fundamental perceber que o problema talvez não sejam os que chegam ao nosso país, mas os nossos tiques nacionalistas, racistas, xenófobos.
E que por muito que quem vem viver para o nosso país tente adaptar-se e integrar-se, não é por isso que os racistas deixarão de ser racistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário