Mascha Kaléko ataca de novo.
Esta manhã, o Joachim foi à sua estante dos livros de desde sempre e trouxe-me um da Mascha Kaléko.
Mais uma vez se confirma: a interessada é sempre a última a saber!
Abri numa página ao acaso, dei com um poema chamado "oração", que termina assim:
"E deixa-nos ser sós, mas não abandonados."
Caramba!
Folheio mais. Eis-me de novo a sentir pena de quem não fala alemão.
E só porque gosto muito de quem por aqui passa, deixo uma ideia do que por lá vai (em tradução apressadíssima e sem rima, como sempre).
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Oração
Senhor, a nossa vida breve, um entretanto,
Em que a partir do nada repartimos pelo nada.
E os nossos anos: vestígios, que se esbatem,
E todo o nosso ser: não mais que um por enquanto.
Que sabes tu, cego, do sofrimento dos mudos!
Não haverá um rei nas vestes de um mendigo?
Quem somos nós para decidir veredictos?
Fomos criados para acreditar e para fazer.
Dá-nos o conhecimento sem muito perguntar.
Ensina-nos a humildade de perdoar sem dívida.
Dá-nos a força para tudo isto suportar,
E deixa-nos ser sós, mas não abandonados.
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