02 março 2025

fatos e factos


O jornalista que perguntou a Zelensky porque não estava de fato chama-se Brian Glenn, e é correspondente do Real America's Voice, um canal de televisão por cabo de direita, que difundiu teorias da conspiração sobre a possibilidade de estrangeiros estarem a votar, e ajudou a distribuir o podcast “War Room” de Stephen K. Bannon depois de este ter sido banido do YouTube, do Spotify e de outras plataformas tradicionais. (aqui)

Ao aliar-se ao bullying de Trump e Vance contra Zelensky,, passou para um estádio superior da sua estratégia de carreira que consiste em lamber as botas do regime. Até aqui, esta pessoa, que namora com Marjorie Taylor Greene (de entre os políticos que apoiam Trump, uma das mais radicais e polarizadoras), dera nas vistas por estar na conferência de imprensa da Casa Branca a fazer perguntas "softball": simpáticas e inofensivas. E são pessoas como ele que têm agora acesso à linha da frente da informação na Casa Branca, é de pessoas como ele que verdadeiros jornalistas como os da Associated Press dependem agora para receber informações para as suas notícias.

Fica a informação. E o lembrete: o jornalismo é o quarto poder, a propaganda é o moço de recados da ditadura. E o alerta: a Casa Branca está a escolher propagandistas disfarçados de jornalistas para passarem a informação aos que se esforçam por trabalhar com seriedade e ética deontológica. Se Trump chamar agora "fake news" aos jornalistas sérios, é apenas a ironia de uma self fulfilling prophecy: o próprio Trump faz o que pode e não pode para introduzir agentes de propaganda entre a observação dos factos e a criação da notícia.


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