Encontrei no fundo do baú este post da Enciclopédia Ilustrada, do dia em que o tema foi "yes we can".
Naquela altura, ainda nem sonhávamos que o Hamas e o Netanyahu iam fazer um pas-de-deux com consequências terríveis para os civis palestinianos, e muito menos pensávamos que seria possível o Trump voltar a ganhar eleições.
Portanto: estava no fundo do baú, está mais actual que nunca.
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O Obama bem nos enganou com o seu #yes_we_can. Se calhar até a ele se enganou, e ainda mais do que a nós.
Mas lembram-se da alegria geral, do entusiasmo, como se estivéssemos a viver um momento único, como se fosse possível haver uma espécie de redenção no sistema político dos Estados Unidos?
Depois, foi o que se viu: uma andorinha, por muito bem que fale, não faz a primavera.
Mal comparado, parecia o Shining, quando a gente acredita que o cozinheiro os vai salvar, e afinal... (calateboa, não faças um spoiler).
(A verdade é que o cozinheiro se pôs a caminho ainda o filme era uma criança. É claro que ainda tinha de acontecer muita coisa até ao fim do filme, não se podiam salvar logo ali.)
Pensando bem, há muito do Shining nesta fase do mundo (os olhos desvairados do aquecimento climático a espreitar pela porta desfeita, os olhos desvairados da pandemia, os olhos desvairados da guerra e da ameaça nuclear, os olhos desvairados da fome...). Já vimos que não podemos contar com super heróis. O "yes we can" não resultou. Agora é a vez do "yes we must". Todos.
Juntos.
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