Friedrich Merz, o actual líder da CDU (aquele partido que tem "cristão" no nome), disse na televisão isto que se segue:
"A população nem quer acreditar quando vê que 300.000 requerentes de asilo são rejeitados mas não saem do país, e recebem todos os benefícios, todos os cuidados médicos. Ali os temos sentados nos consultórios dos dentistas para pôr os dentes como novos, ao passo que os cidadãos alemães não conseguem vagas para consultas."
Como tinha de ser, chovem críticas de todos os lados. Porque a estratégia de dizer mentiras para pôr os desgraçados contra os ainda mais desgraçados não resolve problema nenhum e cria ainda mais tensões sociais. Porque este tipo de discurso é, de facto, o discurso da extrema-direita populista, que aposta no ódio para ganhar lugares no Parlamento, e ao ser repetido por alguém de um partido até agora considerado democraticamente decente acaba por se banalizar e tornar socialmente aceitável. Porque clonar e multiplicar o ódio e a discórdia tão prolificamente semeados pela extrema-direita não dá votos ao centro (quem iria escolher a cópia quando pode votar no original?). Mas, até agora, a melhor reacção que encontrei foi esta, do magazine satírico Der Postillon: "Homem abandona o seu país, paga milhares de euros a traficantes de refugiados, quase morre num barco insuflável e vive meses e meses num centro de alojamento de massas para obter obturações dentárias baratas."
1 comentário:
"Rir é o melhor remédio" era uma secção das velhas "Selecções"
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