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Há dias desgracei-me no facebook. Deixei-me hipnotizar por um anúncio (para terem uma ideia, eram várias cenas semelhantes a esta), de modo que o vi várias vezes, cada vez mais fascinada com aquele truque fantástico de pôr um creme branco em cima da cara cheia de borbulhas (ou não), a massa branca encher-se de pontos escuros, limpar com um lenço e ala que se faz tarde: até a barba desaparece!

Bem sei que é com certeza um fiasco do género daquele soutien que era impecável no filme, mas em mim ao fim de cinco minutos só não ia já no pescoço porque no meio do caminho havia os braços, havia braços no meio do caminho. Mas não conseguia parar de ver, em repeat.

E já sei o que vai acontecer a seguir: semanas e semanas a receber anúncios de creme para as borbulhas. Logo a mim, que nunca sofri desse problema.

O algoritmo do facebook, contudo, tem estado um bocadinho lento dos neurónios. Em vez de me mostrar mais cremes miraculosos, mostrou-me um tacho antiaderente. E eu logo: - Ai! Agarrem-me! Que estou capaz de...

Já tinha desistido há muito das "superfícies antiaderentes", porque me irrita que se estraguem tão depressa. Mas a que ali se apresentava parecia vinho de outra pipa. Só que depois, nos comentários, a quem dizia que experimentou em casa e não correu tão bem diziam que era preciso aprender-lhe os truques, saber esperar até o ovo estrelado se separar do fundo, ou cozinhar com temperaturas mais baixas, e tal, e coisa, e foi então que uma dúvida entrou no meu coraçãozinho de pessoa que não percebe nada disto: e se, porventura, eu não precisasse de panelas novas, mas apenas de aprender a cozinhar com as que tenho?

(Chamam-se Onyx, têm aqui um filme para perceber porque fiquei tão cativada, não me pagam pela publicidade, e de facto nem sei se vou comprar)